Brasil

Desigualdade social impulsiona casos de latrocínio, diz governo

Em contrapartida, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que os números de latrocínios caíram 12,5% em agosto

Folhapress

Publicado em 14/10/2017 às 00:30

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O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que a polícia paulista tem atuado para combater crimes contra o patrimônio, que dão origem aos casos de latrocínio / Fotos Públicas

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que a polícia paulista tem atuado para combater crimes contra o patrimônio, que dão origem aos casos de latrocínio. A Polícia Militar, subordinada ao governo, diz que legislação e a desigualdade social influenciam nesses casos.

Uma ação citada pela gestão tucana como bem sucedida é a lei dos desmanches, que regulamenta este tipo de local e tem como objetivo coibir a venda de peças roubadas.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que os números de latrocínios caíram 12,5% em agosto.

No acumulado entre janeiro e agosto, porém, o número de vítimas deste crime aumentou 34% na cidade –de 68 no ano passado para 91 no mesmo período deste ano, segundo estatística da secretaria.

Sem fornecer mais informações, a pasta afirma que os roubos seguidos de morte caíram nos distritos da zona leste citados pela reportagem.

O capitão Rodrigo Cabral, da comunicação social da Polícia Militar, afirma que os latrocínios acompanham o índice de roubos. "A zona leste tem 34% da população, vai concentrar 31% dos roubos e 41% dos latrocínios".desigualdade

Para ele, a desigualdade social na borda leste da cidade impulsiona os crimes.

"Realmente, são extremos sociais muito grandes. Pessoas numa condição desfavorável que convivem com pessoas abastadas muito próximas", afirma o policial.

Ele também culpa a legislação atual do país: "Em 2016, 45 mil pessoas foram detidas pela Polícia Militar.

Por que elas não superlotam as prisões? Porque muitos desses 45 mil detidos foram presos mais de uma vez".

O capitão afirma que esses criminosos reincidentes podem acabar matando alguém em um roubo. "Você pega um cara roubando um dia, é preso. Ele é solto. Comete outros vários crimes e é preso de novo. Uma hora pode ser que aconteça que esse cara mate num assalto", afirma.

Cabral afirmou também que a corporação está "muito preocupada" com o índice de policiais mortos neste tipo de crime, causado pelo "recrudescimento da criminalidade". Segundo ele, a maioria dos PMs também mora na zona leste da cidade.

A secretaria afirma que as delegacias solucionaram 27% dos crimes, sem citar o período. A pasta afirma que o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) está investigando as mortes do policial Milton de Oliveira Fraga e do dono de bar, José Reginaldo Barbosa.

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