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Com fogo quase contido, qualidade do ar vira nova preocupação na Califórnia

A situação fez diversas escolas e universidades fecharem as portas e médicos recomendarem o uso de máscaras e respiradores

Folhapress

Publicado em 21/11/2018 às 17:01

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O incêndio deixou dezenas de mortos no norte da Califórnia / Associated Press

O incêndio que deixou dezenas de mortos no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, também fez despencar a qualidade do ar no estado. No auge do fogo, na semana passada, respirar em cidades como Sacramento, San Francisco e Oakland equivalia a fumar quase um maço de cigarro por dia.

A situação fez diversas escolas e universidades fecharem as portas e médicos recomendarem o uso de máscaras e respiradores, especialmente para pessoas que tem problemas respiratórios ou de coração.

Além de mudar a paisagem das cidades da região, a fumaça se espalhou além do norte da Califórnia e chegou a afetar a costa leste americana, a mais de 4.000 km de distância, de acordo com o jornal britânico The Guardian.  

Apesar disso, a qualidade do ar na Califórnia já começou a melhorar em consequência do trabalho dos bombeiros, que já contiveram 80% do incêndio, chamado de Camp. O último balanço oficial informou que ele deixou 81 pessoas mortas, mais de 700 desaparecidas e 13 mil casas destruídas.

Segundo o serviço de Proteção Ambiental dos EUA, nesta quarta-feira (21) a qualidade do ar na região equivalia a fumar 5,4 cigarros por dia, segundo cálculos do site Vox. Na última quinta (15), esse valor era de 14 cigarros.

Apesar disso, o ar continua nocivo para o ser humano em algumas regiões do estado, incluindo na capital, Sacramento, e em torno da cidade de Paradise, a mais atingida pelo fogo.

A situação é melhor no sul do Estado, onde o Woolsey, que deixou três mortos, já está 98% contido.
Pesquisas recentes mostram que crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde são as mais vulneráveis a desenvolver problemas respiratórios em decorrência dos incêndios.

A exposição a curto prazo à fumaça pode agravar ainda problemas como asma, bronquite e pneumonia, além de causar um aumento procura por atendimento médico mesmo entre pessoas saudáveis.

Embora para a maioria a exposição à fumaça gere apenas um aborrecimento, causando ardor nos olhos, garganta arranhada ou desconforto no peito, as autoridades temem que o problema aumente nos próximos anos.

Um estudo publicado no início de 2018 apontou que o aumento dos incêndios florestais, a expansão urbana em áreas arborizadas e o envelhecimento da população levaram a um crescimento do número de pessoas que correm risco de desenvolver problemas respiratórios ou cardíacos.

"A temporada dos incêndios costumava ser de junho a setembro. Agora parece estar acontecendo o ano todo. Precisamos nos adaptar a isso", disse Wayne Cascio, cardiologista da Agência de Proteção Ambiental dos EUA e um dos autores do estudo.

A fumaça da madeira contém alguns dos mesmos produtos químicos tóxicos que a poluição do ar urbano, junto com minúsculas partículas de vapor e fuligem 30 vezes mais finas do que um cabelo humano. Estes podem se infiltrar na corrente sanguínea, potencialmente causando inflamação e danos nos vasos sanguíneos, mesmo em pessoas saudáveis, mostrou a pesquisa.

"Sabemos muito pouco sobre os efeitos de longo prazo da inalação de fumaça de incêndio porque é difícil estudar essa população anos após o fogo", disse o médico John Balmes, da universidade da Califórnia em San Franciso, especializado no assunto.

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