08 de Maio de 2024 • 20:23
Maduro enfrenta uma onda de saques e protestos que já deixou mais de 100 mortos / Associated Press
Adversários do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciaram às 6h (7h em Brasília) desta quarta-feira (16) uma greve geral de 48 horas para pressionar o governo contra a convocação da Assembleia Constituinte, cujos membros serão escolhidos em votação no domingo (30).
Algumas vias de Caracas e de outras cidades do país amanheceram bloqueadas. Moradores de Ciudad Bolívar, a 580 quilômetros de Caracas, relataram terem sido reprimidos pela polícia com gás lacrimogêneo.
Em áreas onde o apoio conta com apoio popular, a adesão à greve foi mais baixa.
A greve geral é a maior iniciativa contra o governo Maduro desde o plebiscito informal organizado no dia 16, no qual 7,5 milhões de venezuelanos expressaram rechaço à Constituinte, segundo a oposição.
Opositores afirmam que a Constituinte é uma tentativa de Maduro de se manter no poder apesar de seus baixos índices de popularidade. Eles convocaram a população a boicotar a votação, que ocorrerá de maneira territorializada e setorializada.
"Eu os convido a não serem cúmplices da aniquilação da República, de uma fraude constitucional, da repressão", afirmou em vídeo o líder opositor Leopoldo López, em prisão domiciliar desde 8 de julho depois de passar três anos e cinco meses na prisão acusado de incitar protestos violentos.
Maduro enfrenta uma onda de saques e protestos que já deixou mais de 100 mortos desde abril. A convocação da Constituinte, feita em maio, foi apresentada pelo líder chavista como uma saída para "pacificar" o país, mas a iniciativa acabou gerando novas manifestações.
Na terça-feira (25), o presidente pediu em comício pela Constituinte que os eleitores apresentem na votação seu "carnê da pátria", espécie de identidade digital que dá aos beneficiários de programas sociais acesso a alimentos, cujo abastecimento vem sofrendo cortes no país.
"Carnê da Pátria na mão, todo mundo com seu carnê da pátria e sua identidade. Na porta das seções eleitorais, vamos checar todos os carnês, para saber se todos votaram", afirmou Maduro.
A oposição diz que a exigência de apresentação do cartão é um mecanismo de controle social com objetivos políticos.
Cuba
O governo de Cuba negou nesta quarta-feira que pretenda mediar a crise política na Venezuela.
No início do mês, o jornal "Financial Times" reportou que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, viajou a Havana para pedir ao ditador Raúl Castro, um dos principais aliados de Maduro, que interceda junto à Venezuela para conter a violência no país.
"Cuba rejeita categoricamente essas insinuações e reitera o respeito absoluto pela soberania e autodeterminação da República Bolivariana da Venezuela", afirmou José Ramón Machado Ventura, segundo secretário do Partido Comunista cubano.
"Cabe apenas ao povo bolivariano e ao governo resolver suas dificuldades sem intervenção externa em seus assuntos internos."
Cotidiano
Segundo informações do Departamento Hidroviário (Dersa), todas as embarcações cumprem um cronograma de manutenção preventiva
PARLAMENTAR
Luiz Felipe Silva Albino, o Lipe Albino, também é vereador suplente e foi autor da lei que instituiu medicamento à base de Canabidiol na rede municipal de saúde de Santos