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Guarujá

Valter Suman é afastado da Prefeitura de Guarujá

O afastamento de Suman se deu logo após a Polícia Federal ter realizado 55 mandatos de busca e apreensão em 31 endereços diferentes

Carlos Ratton

Publicado em 29/03/2022 às 16:49

Atualizado em 29/03/2022 às 18:26

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O prefeito de Guarujá, Valter Suman (PSDB), foi afastado do cargo / Nair Bueno/DL

O prefeito de Guarujá, Valter Suman (PSDB), foi afastado do cargo. A decisão foi anunciada na sessão legislativa de hoje, pelo primeiro secretário da Câmara, vereador Raphael Vitiello (PSD). “O investigado Valter Suman fica suspenso do cargo de prefeito, pelo Tribunal Regional Federal (TRF)”, leu o parlamentar. 

O afastamento de Suman se deu logo após a Polícia Federal ter realizado 55 mandatos de busca e apreensão em 31 endereços diferentes, apreendido R$ 2 milhões em dinheiro e bloqueado mais de R$ 110 milhões de bens – entre eles dois veículos de luxo das marcas Porsche e Jaguar.  Há informações de afastamento de ocupantes de cargos comissionados e eletivos de suas funções.

De manhã, os delegados e delegada da Polícia Federal (PF) Raphael Astini, Fabiano de Lucena Martins, Márcio Magno Xavier e Luciana Fuschini Nave, participaram de uma coletiva de Imprensa, realizada na Superintendência o Órgão. Foi a segunda ação dentro da Operação Nácar, integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os representantes da PF não deram nomes dos investigados por conta do segredo de Justiça, mas informações extraoficiais dão conta que a PF esteve em seis gabinetes da Câmara de Vereadores. No entanto, diferente do que foi divulgado preliminarmente pelo Diário, o vereador Raphael Vitiello (PSD) não estava entre os investigados.  

A PF também esteve na residência do prefeito Valter Suman (que não estava em Guarujá), entre outros locais, de onde foram apreendidos documentos, computadores e até aparelhos celulares. Há informações que dois secretários municipais estão entre os investigados. Ninguém foi preso.

A segunda fase da Nácar visou o aprofundamento das investigações que apuram fraudes nas contratações das áreas da saúde e da educação realizadas pela Prefeitura de Guarujá.  A investigação tem como objetivo o combate de possíveis crimes de corrupção, desvios de recursos públicos e outros crimes correlatos, envolvendo verbas federais.

Os 55 mandados envolveram não só Guarujá, mas Santos; São Vicente; São Bernardo do Campo; Carapicuíba; São Paulo; Campos do Jordão; e Brazópolis (MG). Participaram da deflagração 225 policiais federais e três auditores da CGU.

Dentre as medidas determinadas pela Justiça Federal, Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos.

Nácar é a substância liberada pela ostra para se proteger e conter o corpo estranho, formando assim a pérola. O nome da operação é uma alusão ao processo de contenção de supostas ações criminosas em Guarujá, conhecida como Pérola do Atlântico.

INOCENTADO.

Dentro da questão que envolve a operação, ano passado, por 11 votos a cinco, o prefeito Válter Suman (PSDB) foi inocentado pela Câmara e o processo de impeachment foi arquivado pelo Legislativo. Há informações que um novo processo será protocolado na Casa.       

Suman foi acusado de eventuais irregularidades relacionadas à Organização Pró-vida, à empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda, à ACENI - Instituto de Atenção à Saúde e Educação. 

O prefeito Válter Suman e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, chegaram a ser presos no dia 15 de setembro passado. A investigação começou quando o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) indicou que haviam indícios de irregularidades no contrato entre a Prefeitura de Guarujá e a Organização Social Pró-Vida, que é responsável por administrar a UPA da Rodoviária e 15 Unidades de Saúde de Família (Usafa). Por envolver verbas federais, o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e para a Polícia Federal.

Em 20 de setembro daquele ano, Válter Suman retornou ao cargo, após a Justiça conceder a liberdade provisória. Súman foi solto dois dias antes (18). Ele é investigado por ser suspeito de comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da área da Saúde.

Suman disse que o dinheiro encontrado na casa dele pela Polícia Federal teriam sido lucros de uma propriedade rural do Interior de São Paulo que estaria, ainda segundo o prefeito, declarada adequadamente no Imposto de Renda. (Carlos Ratton).

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