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Economia

Depois do azeite, chocolate também deve se tornar 'artigo de luxo'

Aqui, no Brasil, as indústrias têm reduzido o tamanho das caixas de bombom para tentar manter o consumidor fiel

Nilson Regalado

Publicado em 24/01/2024 às 07:30

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O último recorde foi registrado na última sexta-feira, dia 19 / Tamas Pap na Unsplash

As mudanças climáticas, que têm causado secas prolongadas nos países ao redor do Mar Mediterrâneo e provocado altas históricas no preço do azeite, também está distribuindo prejuízos pela costa oeste da África. A região é o berço dos dois maiores produtores de cacau do mundo, a Costa do Marfim e Gana. Consequentemente, o preço do cacau sobe, sem parar, há pelo menos um ano. E os recordes têm sido sucessivos, tanto na Bolsa de Nova Iorque quanto em Londres, as duas referências do produto no mercado global. Em Nova Iorque, o parâmetro é o preço de 1976, quando as cotações passaram a ser monitoradas. E esse parâmetro tem sido pulverizado a cada semana que passa, desde o primeiro semestre de 2023. O último recorde foi registrado na última sexta-feira, dia 19.

Só na semana passada, os contratos para entrega do fruto em março ficaram 5% mais caros, mesmo com o anúncio de que a moagem foi maior que a esperada no quarto trimestre de 2023. Ainda assim, na América do Norte a quantidade de cacau processada caiu 2,95%, na comparação com o mesmo período de 2022. Antes da divulgação dos dados, a expectativa do mercado era de um declínio de até 10%.

Houve também quedas anuais na Europa e na Ásia durante o quarto trimestre. Os revendedores dizem que o mercado continua apoiado pela perspectiva de um terceiro déficit global consecutivo na atual temporada 2023/24, que começou em outubro do ano passado e segue até setembro deste ano, quando termina a safra africana.

O contrato março do cacau em Nova York subiu 2,8%, para 4.583 dólares a tonelada no encerramento da semana passada, após atingir uma máxima em 46 anos, de 4.607 dólares. Enquanto isso, os estoques globais vão se reduzindo, o que torna os preços ainda mais voláteis.

MENOS BOMBOM.

Aqui, no Brasil, as indústrias têm reduzido o tamanho das caixas de bombom para tentar manter o consumidor fiel.

O processamento de cacau no Brasil atingiu 253 mil toneladas métricas em 2023, um aumento de 12% em relação a 2022 e a maior quantidade nos últimos cinco anos, informou o grupo industrial AIPC no início doo mês.

Normalmente, o cacau tem preços mais elevados quando a demanda cresce antes das épocas festivas, quando os doces e produtos de panificação são mais procurados. Os especialistas atribuem a valorização do cacau nos últimos 15 meses a um aumento na demanda pós-covid por produtos de chocolate, especialmente na China.

Num passado recente, o fenômeno climático La Niña trouxe um excesso de umidade e doenças aos cacaueiros. Agora, o El Niño reduziu as chuvas a níveis críticos.

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