26 de Abril de 2024 • 06:43
“Em média, uma pessoa me entrega um copo com 80 gramas de microlixo coletados em dez minutos à beira-mar”, afirma Daniel / Nair Bueno/Diário do Litoral
Cada copo contendo 80 gramas de microlixo coletados à beira-mar pode ser trocado por meia hora de remada de stand up paddle na praia do Boqueirão, em Santos. O SurfLimpeza, como é denominado o projeto, é uma iniciativa do educador ambiental e artista plástico, Daniel Frank Tomaz, e visa incentivar a atividade física e a preservação ambiental e de espécies marinhas.
Sob uma tenda armada na praia do Boqueirão para a coleta dos resíduos, Daniel Tomaz disponibiliza quatro cestos para descarte de metais, plástico mole, plástico duro e orgânicos. O microlixo coletado em um copo por banhistas e entregues para Daniel e aos voluntários na tenda é pesado em uma balança e em seguida é feita a separação dos resíduos para o descarte nos cestos. “Em média, uma pessoa me entrega um copo com 80 gramas de microlixo coletados em dez minutos à beira-mar”, afirma Daniel Tomaz. “A gente encontra muita bituca de cigarro, plásticos diversos, tampinhas, lixo doméstico, metais e pinos de droga”, complementa o educador ambiental.
Daniel Tomaz conta que o SurfLimpeza está completando dois anos e ganhou visibilidade através das redes sociais. Ele diz que o projeto tem apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Santos (Seman) e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Daniel quer ampliar o SurfLimpeza com a ajuda de voluntários e pretende levar a iniciativa para outras praias da Baixada Santista.
“Eu sinto tristeza e felicidade. A gente busca dar felicidade para as pessoas gerando a prática esportiva e atividades recreativas aqui na praia e, ao mesmo tempo, a gente fica triste com a quantidade de resíduos diversificados que aparecem aqui na beira do mar”, declara o educador ambiental.
O microlixo recolhido também serve de matéria-prima para as peças de artesanato que Daniel produz. Ele dá forma às peças com resina utilizada nas pranchas e decora com bituca de cigarro, restos de embalagens e materiais diversos coletados.
A ação realizada por Daniel Tomaz e sua equipe de voluntários chamou a atenção do médico pediatra, Wilson Anauate, que é de São Paulo e está passando uns dias em Santos. O médico levou sua filha Helena, de 6 anos, para participar do projeto. Helena fez a coleta, entregou o seu copo com microlixo na tenda e foi orientada por Daniel a separar o lixo, descartando os resíduos nos cestos certos. “É uma iniciativa muito legal porque a gente vê muito lixo na praia. Nós vimos pedaços de madeira com prego e até rato morto. É importante porque além da higiene, você tem a questão do lixo marinho. Acho que as crianças precisam se conscientizar”, afirma.
Informações em www.facebook.com/surflimpeza/.
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