08 de Outubro de 2024 • 08:49
Ano que vem, provavelmente a partir de outubro, entre 50 e 70 guardas municipais deverão portar arma de fogo. A novidade foi revelada ontem pelo secretário de Segurança de Santos, coronel Sérgio Del Bel, durante entrevista sobre a suposta falta de equipamentos da corporação, apontada por um leitor do Diário do Litoral em diversas ocasiões, sendo a última durante as comemorações da conquista do campeonato paulista pelo Santos Futebol Clube, na Praça da Independência, no Gonzaga.
Atualmente, o efetivo é de 500 guardas. Del Bel revelou que somente portará arma o profissional que apresentar condições técnicas e psicológicas durante um curso. “Já estamos preparando parte do efetivo. Estamos mudando o perfil da Guarda e a carência para isso vai até outubro de 2016”, disse, ressaltando que a corporação sempre foi empregada no serviço de vigilância mas, por força da lei que saiu ano passado, a GM tem autorização para ampliar suas atividades, entre elas a segurança.
O secretário disse que parte do efetivo recém-formado já tem contato com a rua, embora não execute o serviço de polícia de forma plena. Segundo conta, já está sendo providenciado treinamento específico para usar armas. “É um processo lento e gradual, que precisa ser também responsável. Somente guardas motorizados — viaturas e motocicletas — usarão armas, porque trabalham geralmente em dupla ou em equipe. Quem vai preparar os guardas será a Academia de Polícia Civil e já temos tudo pronto para isso”, garante o secretário, alertando que o treinamento será prático e legal. “Eles terão que saber os riscos não só físicos, como legais”, completa.
Secretário de Segurança refuta falta de equipamentos
Conforme leitor, guardas municipais estariam nas ruas sem equipamentos de proteção individual (EPI´s) — capacetes e proteção de articulações (ciclistas) — além de coletes balísticos, pistolas elétricas e gás de pimenta. Em janeiro último, pelo Diário Oficial, a Administração Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) alardeou investimentos em equipamentos e, três meses depois, no mesmo periódico, informou que a corporação estaria auxiliando a Polícia Militar em ocorrências como tentativas de roubo, porte ilegal de arma de fogo e tumulto, o que demandaria uso de equipamentos.
A Reportagem flagrou dois guardas municipais em quadriciclos sem capacetes.
Ontem, Del Bel garantiu que o equipamento existe, supre a demanda de serviços e que todos os 500 guardas teriam tonfa (espécie de bastão), gás de pimenta e algemas. “Mas colete balístico não tem para todo mundo porque a empresa fornecedora não entregou 269 novos coletes. Os protetores de articulação, escudos e capacetes foram comprados, mas só serão empregados em casos pontuais de choque, o que não foi o caso do último domingo, em que a Guarda realizou o trabalho de bloqueio e prevenção no entorno da praça. Quem faz choque é a Polícia Militar”, justifica.
O secretário também confirmou que os guardas municipais de quadriciciclo deveriam estar de capacete, apesar de não ser obrigatório. “Eles não estavam porque não temos ainda. Mas proteção de articulações também não é obrigatória. A própria PM não usa”, disse Del Bel, alertando que os seis quadriciclos da Guarda não possuem licença porque nenhum órgão o faz e a legislação não obriga. “Nossa situação de quadriciclo é igual a da Polícia Militar”, conclui, enfatizando que ainda precisa de mais viaturas, além das 12 existentes na corporação.
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