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Cotidiano

Família fica enclausurada em casa por mais de 2 anos

Avisada por parentes, a Polícia Militar resgatou a família na quarta-feira, 8. Todos estavam amedrontados e só se acalmaram quando perceberam que eram policiais que estavam na casa

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/01/2014 às 18:20

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Uma família de cinco membros - pai, mãe, filhos e nora - passou os últimos dois anos e meio vivendo em completo isolamento em uma casa no bairro Parque Cedral, em Presidente Prudente, no oeste paulista. Avisada por parentes, a Polícia Militar resgatou a família na quarta-feira, 8. Todos estavam amedrontados e só se acalmaram quando perceberam que eram policiais que estavam na casa.

Durante todo o tempo de clausura, nenhum deles deixou a residência. "Não saíam nem na varanda nem na rua para levar o lixo, eles fizeram um pacto de autoproteção, se sentiam ameaçados e decidiram se enclausurar, deixando a casa fechada dia e noite, com luz acesa na garagem, e sem preocupação com limpeza", explica Maria Helena Veiga Silvestre, de 51 anos, diretora da Secretaria Municipal de Assistência Social, lembrando que a faixa etária deles é de 40 a 67 anos.

Um motoboy, amigo da família, pagava as contas e também levava alimentos.

As contas e as compras de supermercado eram pagas com a aposentadoria do pai. "Ele ganha R$ 650, mas é o dono da casa", observa a diretora. Um dos filhos disse que se sentia perseguido depois de se envolver em conflitos com parentes da esposa, que está grávida de cinco meses. "Foi o que ele contou, temendo ser agredido resolveu procurar o pai e todos os cinco passaram a viver isolados da sociedade, com medo de serem descobertos", diz Veiga Silvestre.

Ela descartou o uso de drogas e álcool pelo rapaz: "Perguntei sobre isso (uso de drogas e álcool), ele negou com veemência". A Polícia Militar também não constatou indícios de crimes e, por isso, acionou a Assistência Social.

Exames

Os cinco foram examinados nesta sexta-feira, 10, por médicos do Hospital Regional de Presidente Prudente. Eles deverão ser encaminhados para hospitais psiquiátricos, segundo a diretora da Secretaria Municipal de Assistência Social. Segundo a PM, os parentes proibiram a divulgação dos nomes dos resgatados.

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