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Cotidiano

Como é feita a medição de poluentes no ar da Região?

O DL conversou com a gerente da Divisão da Qualidade do Ar da Cetesb, Maria Lucia Gonçalves Guardani

Vanessa Pimentel

Publicado em 22/01/2018 às 13:01

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As análises são feitas de forma automática através dos dados coletados pelas estações locadas na Região. São duas em Santos e três em Cubatão / Divulgação/Cetesb

Por mais que a Baixada Santista esteja localizada em meio à mata atlântica, o que ajuda a manter a qualidade do ar, o Parque Industrial de Cubatão e o Complexo Portuário de Santos mantêm em alerta a questão ambiental. Tanto que não é raro reclamações de moradores próximos a esses locais devido a emissão de substâncias no ar causada por algumas operações e até mesmo pelos grandes acidentes, como o incêndio da Ultracargo em 2015.

Para evitar que os níveis de poluição alcancem índices considerados perigosos para a população, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) garante que existe fiscalização na emissão de poluentes nas duas áreas. Para entender como esse trabalho é feito, o DL conversou com a gerente da Divisão da Qualidade do Ar da Cetesb, Maria Lucia Gonçalves Guardani.

De acordo com ela, as análises são feitas de forma automática através dos dados coletados pelas estações locadas na Região. São duas em Santos (uma na Ponta da Praia, no Rebouças; e outra no Hospital Guilherme Álvaro). Cubatão tem três estações (duas na Vila Parisi e uma no Centro).

“As medições são feitas automaticamente por equipamentos instalados nessas estações. Em seguida os dados são enviados para o laboratório e divulgados para a Central, que alimenta o site da Cetesb de hora em hora. Qualquer munícipe pode acessar e verificar como está a qualidade do ar onde ele se encontra”, explica Maria Lucia.

Além dos gases emitidos pelas operações, o trânsito é um dos fatores que mais influencia na qualidade do ar das grandes cidades.  

Questionada em como a Cetesb faz para medir a qualidade do ar nas outras cidades da Baixada Santista, já que elas não possuem estações, Guardani explica que a instalação desses equipamentos é cara, por isso a companhia faz um estudo baseado no número da população de cada município e fontes que caracterizam poluição. Como Cubatão e Santos são as maiores neste sentido, medir a qualidade do ar nesses municípios é o suficiente para um panorama de toda a Região.

“Em curto prazo não há necessidade de ter estação em São Vicente ou cidades que não tem poluição fixa (polo). Já as cidades do Litoral Sul são consideradas de veraneio, com número baixo de habitantes e atividades”, diz Maria.

A qualidade do ar é baseada nos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os parâmetros contemplados pela estrutura do índice utilizado pela CETESB são: partículas inaláveis (MP10); partículas inaláveis finas (MP2,5); fumaça (FMC); ozônio (O3); monóxido de carbono (CO); dióxido de nitrogênio (NO2); dióxido de enxofre (SO2).

Para cada poluente medido é calculado um índice, que é um valor adimensional. Dependendo do índice obtido, o ar recebe uma qualificação, que é uma nota para a qualidade do ar, além de uma cor. A verde significa boa, amarela moderada, salmão ruim, vermelha muito ruim, lilás ­péssima.

A poluição, de acordo com Maria, depende muito das questões meteorológicas. Quando chove a qualidade melhora. Quem quiser verificar os dados, pode acessar o site: http://cetesb.sp.gov.br/ar/
Medidas

Em Santos, a prefeitura explicou que vem tomando medidas para diminuir a poluição do ar. Além do VLT, o município conta com um ônibus híbrido (com um motor elétrico e outro a diesel), que entrou em funcionamento em maio de 2017 e um ônibus elétrico movido exclusivamente à bateria, com emissão zero de poluentes, baixo nível de ruído e autonomia de 220 km, entregue em agosto de 2017.

Porto

A (Cetesb) adotou, no fim do ano passado, obrigatoriedade de rigoroso licenciamento ambiental para todos os terminais portuários, o que irá reduzir, de forma relevante, a poluição e os impactos ambientais das operações que desenvolvem. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Assuntos Portuários, trabalhou como interlocutora da questão, colaborando na elaboração do regulamento. Criação, ampliação e operação de terminais portuários agora são passíveis de licenciamento ambiental perante o órgão estadual. Já instalações portuárias voltadas ao transporte de produtos perigosos ou que movimentem carga superior a 15 milhões de toneladas/ano, seguem legislação federal.

A nova regra vai resolver grandes pendências, principalmente na região da Ponta da Praia, onde são grandes as reclamações de moradores por conta da emissão de partículas durante as operações no Corredor de Exportação do Porto de Santos.

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