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Acidentes deixam 380 crianças e adolescentes hospitalizados e mata 16, por dia, no Brasil. As mortes no trânsito respondem por 40% de todas as ocorrências e as quedas lideram as internações nos hospitais respondendo por 55% dos acidentados na faixa etária de 0 a 14 anos de idade. Mas, grande parte dos acidentes poderia ser evitada se a prevenção fosse maior. É o que garante a coordenadora de projetos da Ong Criança Segura, Paula Salazar.
Segundo o último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, no ano de 2005, 138.604 crianças e adolescentes foram hospitalizados em decorrência de acidentes e 5.808 morreram. O estudo foi divulgado em 2007 e serve como base para campanhas preventivas de acidentes com menores de 15 anos.
O estudo aponta ainda que os acidentes fazem mais vítimas fatais nessa faixa etária do que a violência, 79% a 13%, respectivamente. Já em 8% dos acidentes, as causas são ignoradas.
Paula Salazar explica que uma série de fatores torna crianças e adolescentes de 0 a 14 anos mais vulneráveis aos acidentes do que os adultos, fatores que vão da estrutura física, acuidade visual e percepção de perigo. “A criança tem a cabeça maior e pesada em relação ao corpo pequeno, e, acaba desequilibrando mais fácil, por isso cai muito. Ela é mais frágil também porque os órgãos são mais próximos, então as lesões internas são mais sérias do que num adulto.
A criança tem acuidade visual limitada e, para atravessar a rua, por exemplo, precisa virar a cabeça para os dois lados, diferente do adulto que tem visão periférica de 180º. Além disso, a criança não tem percepção do perigo que corre ao atravessar a rua, ao subir num balde ou numa cadeira próxima à janela”, afirmou Paula.
Paula alerta que é preciso mudar o comportamento em relação aos cuidados com as crianças e adotar a cultura da prevenção. Ela afirma que não adianta dizer para a criança para não subir na janela ou não pegar as coisas.
“É preciso afastar tudo do alcance das crianças, os remédios, os produtos de limpeza, objetos pontiagudos, brinquedos, tapar as tomadas e afastar os sofás, as cadeiras e as camas das janelas. O adulto precisa raciocinar como a criança e não esperar que a criança raciocine como um adulto para evitar acidentes”.
Ainda segundo análise do Ministério da Saúde, as mortes por acidentes estão em queda progressiva. Em 2000 as mortes na faixa de 0 a 14 anos somavam 6.656, em 2001 (6190), em 2002(6210), 2003 (5997), 2004 (5907) e 2005 (5808). “Houve uma redução de 20% nas mortes graças às campanhas de prevenção e mudança de comportamento dentro de casa”.
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