04 de Maio de 2024 • 12:14
Brasil
Tribunal deu cinco dias para que o Ministério da Saúde preste esclarecimentos sobre fornecimentos dos medicamentos - sem eficácia comprovada- com verba do SUS
TCU também questiona a mudança de posicionamento do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o medicamento / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ilegalidade no uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento de pacientes com Covid-19 e cobrou explicações ao Ministério da Saúde. A Pasta tem cinco dias para prestar esclarecimentos sobre o fornecimento dos medicamentos com verba do SUS.
Em despacho, o ministro do TCU, Benjamin Zymler, afirma que os remédios – que não tem comprovação científica contra o coronavírus - só poderiam ter sido fornecidos pelo SUS para tratar a doença se houvesse autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de autoridades sanitárias estrangeiras. O despacho é da última sexta-feira, mas foi divulgado nesta terça-feira.
Zymler também questiona a mudança de posicionamento do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que após defender o uso e a entrega em massa dos medicamentos pelo governo federal, afirmou que o Ministério da Saúde nunca orientou o ‘tratamento precoce’ e sim o ‘atendimento precoce’ dos pacientes.
Além disso, o ministro do TCU também pediu explicações sobre o aplicativo TrateCOV, lançado pelo governo federal para agilizar o diagnóstico da Covid-19 e que recomendava antibióticos, cloroquina e ivermectina até para bebês. O aplicativo já foi tirado do ar.
Segundo o Ministério da Saúde, os esclarecimentos serão prestados ao TCU no prazo determinado pelo tribunal.
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