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DNA ofensivo? Santos ignora histórico e tem quinto pior ataque do BR

Maior goleador da história do futebol, o Peixe sofre com a baixa produtividade ofensiva neste ano

Publicado em 22/08/2017 às 12:00

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Grande referência nos últimos anos, o centroavante Ricardo Oliveira vive um ano complicado após seguidas lesões / Ivan Storti / Divulgação SantosFC

Nenhum clube do mundo balançou as redes adversárias mais do que o Santos Futebol Clube. Berço de craques, como Pelé, Robinho e Neymar, o time da Vila Belmiro acumula mais de 12 mil gols em seus 105 anos de vida. Porém, neste Brasileirão, a equipe do técnico Levir Culpi não tem feito jus ao histórico. O tão falado DNA ofensivo, que sempre foi uma arma da equipe, praticamente sumiu.

A falta de gols e a perda da característica ofensiva têm manchado a boa campanha santista na competição. Mesmo ocupando a terceira colocação na tabela de classificação, com 37 pontos, o Santos vem de três empates por 0 a 0 seguidos (Avaí, Fluminense e Coritiba). Em 21 rodadas disputadas até o momento, o time não conseguiu chegar às redes do rival em oito partidas.

“Não marcamos gols há três jogos. Eu acho que é muito, levando em conta a qualidade do nosso ataque. Temos criados algumas situações na partida. Às vezes pode ser uma coincidência. Hoje (domingo), por exemplo, faltou o último passe. Mas eu sei que está faltando um pouco,  precisamos melhorar”, afirmou o técnico Levir Culpi, logo após a partida contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira.

Se o campeonato fosse decidido pelo “poder de fogo”, o Santos estaria brigando para fugir da zona de rebaixamento, ocupando apenas o 16º lugar (22 gols marcados). A equipe só leva vantagem sobre o Atlético-MG (21), Coritiba (21), Atlético-GO (17) e Avaí (12) – todas estas equipes anteriormente mencionadas brigam contra a real queda para a Série B na próxima temporada.

Além dos poucos gols marcados, o Alvinegro Praiano mostra dificuldades na armação de jogadas. Das 10 vitórias conquistadas, em sete o Peixe finalizou menos que o seu arquirrival. A equipe tem uma média de cerca de três arremates em direção ao gol por partida, número bem abaixo, por exemplo, do que o Grêmio, segundo colocado, que tem uma média de nove por partida. No empate sem gols com o Vasco, pela 14ª rodada, e na derrota, por 2 a 0, para o líder Corinthians, pela 4ª rodada, o Santos não chutou a gol.

Ainda de acordo com os dados coletados pelo Diário do Litoral, o Santos, quando consegue marcar, precisa antes “sofrer” por um bom tempo. 8 dos 22 gols aconteceram nos últimos 15 minutos de partida. Contra Botafogo e Atlético-MG, os gols da vitória saíram nos acréscimos - curiosamente, com os laterais Victor Ferraz e Daniel Guedes, em cobranças de falta. Recentemente, contra o Flamengo, no  Pacaembu, o time arrancou dois gols (aos 85’ e 88’) e venceu, por 3 a 2.

Saudade do artilheiro

A queda ofensiva da equipe pode estar diretamente ligada ao ano conturbado vivido pelo atacante Ricardo Oliveira. Capitão e grande referência nos últimos dois anos, o camisa 9 sofreu um corte profundo na orelha no início da temporada, teve que lidar com uma pneumonia nos últimos meses e ainda foi ausência por problemas musculares. Das 48 partidas realizadas pelo clube nesta temporada, ele foi ausência em 25.

Visivelmente sem o mesmo ritmo de jogo da edição do ano passado, quando teve a melhor média de gols entre os artilheiros – foram 10 em 18 partidas –, o atacante não consegue repetir as boas atuações quando entra em ação. Em oito jogos no Brasileirão, ele marcou apenas uma vez e deu uma assistência. No ano, ele tem cinco gols em 23 jogos.

Durante o período ineficaz do camisa 9, o atacante Bruno Henrique chamou a responsabilidade. Ele é o principal artilheiro da equipe no ano, com 13 gols. No campeonato nacional, ele tem quatro, um a menos que o colombiano Copete. Kayke, substituto direto de Oliveira, acumula 9 gols em 2017.

Santo Vanderlei!

Sem o “DNA ofensivo” nesta temporada, o Santos ganhou destaque  pelo grande desempenho da sua defesa. E o bom rendimento, que permite explicar a colocação da equipe no Brasileiro e os bons resultados na Copa Libertadores da América, se deve muito às boas atuações de Vanderlei.

O camisa 1 santista foi o goleiro mais decisivo do primeiro turno do Brasileirão, de acordo com dados levantados pelo portal “Globoesporte.com. Ele fez 43 defesas difíceis decisivas e sofreu apenas nove gols quando o time estava empatando ou vencendo por um gol de diferença.

O bom rendimento de Vanderlei e o entrosamento dos zagueiros David Braz e Lucas Veríssimo colocaram o Alvinegro como a segunda menos vazada do torneio (13 gols), atrás apenas do líder Corinthians, que sofreu 10 gols. Na Libertadores, o Peixe tomou apenas quatro gols em oito partidas realizadas.

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