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Cotidiano

Dengue deixa três cidades da Baixada Santista em estado de alerta

De acordo com os novos critérios do Ministério da Saúde, Santos, Guarujá e Bertioga precisam de atenção, já que número de casos são consideráveis

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/04/2014 às 23:22

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Três cidades da Região - Santos, Guarujá e Bertioga - estão em estado de alerta para a dengue após o Ministério da Saúde alterar os critérios para declarar situação de epidemia. Antes, considerava- se epidemia apenas quando se atingia um caso para cada mil habitantes, o que no caso de Santos, por exemplo, equivale a 433 casos. Agora, 20% deste número servem para indicar o alerta.

O período crítico de epidemia, que costuma ser em março, pode ter pico tardio este ano, entre abril e maio, devido ao forte calor dos primeiros meses do ano e as chuvas que demoraram a chegar. “Não é porque o outono começou que devemos baixar a guarda. Nesta época começam também as doenças respiratórias e os sintomas, como dor no corpo, podem ser confundidos, por isso o mais importante é sempre procurar avaliação médica e não descuidar da hidratação. Não podemos deixar que os casos evoluam para as formas graves da doença”, explica o secretário de Saúde de Santos, Marcos Calvo. Na cidade, neste ano epidemiológico, de julho passado até o último dia 14, foram confirmados 111 casos.

Além do trabalho de prevenção realizado pelos agentes de controle de vetores, a Secretaria de Saúde do Município promove atualização de protocolo de atendimento junto a médicos e enfermeiros. Entre os pontos destacados pela equipe da Vigilância está a mudança de sintomas.

Hoje, um paciente com dengue nem sempre apresenta febre e muitos se queixam, por exemplo, de dores abdominais. Outra medida adotada pela prefeitura é a prestação de atendimento nas unidades básicas sem necessidade de agendamento.

Já no controle do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti, há um trabalho permanente de 185 agentes de controle e encarregados que fazem não apenas a eliminação dos focos, bem como o controle e o trabalho de prevenção e orientação junto à comunidade. Somente neste ano foram visitados 170 mil imóveis, sendo 97 mil em 26 mutirões pelos bairros.

As armadilhas também tiveram uma ação pioneira, com a instalação na área portuária. Hoje são 459 distribuídas pela cidade, cujo resultado é atualizado semanalmente. Além disso, a Seção de Controle de Vetores também atua com um trabalho educativo, com estande, palestras e distribuição de informativos em pontos estratégicos. No primeiro trimestre deste ano foram mais de 100 ações, alcançando 48.709 pessoas.

Ações nas cidades devem continuar nos próximos meses por conta do pico tardio (Foto: Divulgação/PMI)

Guarujá

Segundo a Secretaria de Saúde de Guarujá, a cidade teve 67 casos positivos de dengue durante o ano epidemiológico, de 01 de julho de 2013 até o fechamento desta edição: de julho até dezembro de 2013 foram registrados 25 casos, e de janeiro de 2014 até o momento, 42 casos.

Esses números colocam a Cidade em estado de alerta, de acordo com o novo critério divulgado pelo Ministério da Saúde. “Quando atingirmos 20% dos números de casos possíveis para decretar epidemia (no caso de Guarujá, 306 casos), o Município entra automaticamente em estado de alerta”, explica Marco Antônio Chagas, diretor de Vigilância em Saúde do Guarujá.

Apesar do alerta, os números não são ruins. Em comparação com os três primeiros meses do ano passado, o Município, no primeiro trimestre de 2014, reduziu em 90% do número de pessoas contaminadas.

Bertioga

Bertioga apresentou um grande número de casos no início deste ano e, considerando o número de habitantes com o número de casos positivos, a cidade é que tem a situação mais preocupante. De julho de 2013 a março de 2014, foram registrados 60 casos, sendo dois em agosto do ano passado e 58, no período de janeiro a março desse ano.

Para reduzir os números, a Prefeitura adotou medidas preventivas como o monitoramento, a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti e a Operação Cata-Treco nos bairros. Além disso, realiza distribuição de panfletos, busca ativa nas residências e também a nebulização. Recentemente houve a contratação de 16 agentes voluntários para atuar no combate à dengue.

Demais cidades

Em São Vicente, este ano, 11 casos foram registrados de janeiro a até fechamento desta edição. No ano passado, no mesmo período, foram 2.378 pessoas contaminadas pela dengue. Somando os casos de junho de 2013 a abril de 2014, ano epidemiológico, foram registrados 57 casos positivos. A cidade está bem próxima dos 20% para alerta.

“A Atividade de Densidade Larvária (ADL), realizada em janeiro deste ano, apontou que a cidade tem 2,9% de índice larvário. Até o final de abril, o Município fica em alerta para a incidência de dengue”, segundo informou a Secretara da Saúde de São Vicente.

Em Cubatão, de julho do ano passado até o fechamento desta edição, foram registrados 18 casos positivos de dengue. Segundo a Prefeitura, houve uma redução significativa, resultados das medidas de enfrentamento adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Para efeito de comparação, nas primeiras 11 semanas epidemiológicas de 2013, a Cidade teve (comparando com o mesmo período de 2014) 1.807 casos confirmados.

Entre as providências que a Administração cubatense está tomando para continuar com o número abaixo dos 20% de alerta, a cidade está realizando o monitoramento das frentes de trabalho como Ponto Estratégico Industrial e Ponto Estratégico Urbano, além de vistorias e realização de bloqueios em tempo hábil para inibir a cadeia de transmissão. “A Vigilância Sanitária de Cubatão tem priorizado os bairros que apresentou maior incidência de casos em 2013: Vila Esperança, Ilha Caraguatá, Vila dos Pescadores, Jardim Nova República e Vila Nova”, informou através de nota.

O número de Praia Grande também está abaixo dos 20% de alerta. Durante o ano epidemiológico estipulado pelo Ministério de Saúde, foram 12 casos registrados. Para manter o bom índice, a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) do Município desenvolve constantemente mutirões nos bairros. Outros destaques das atividades realizadas ficam por conta das visitas domiciliares dos agentes comunitários, bloqueio de criadouros (eliminação de focos dentro das residências), intervenção em pontos estratégicos, tais como cemitério, desmanches de veículos e borracharias. Campanhas educativas nas unidades de saúde e escolas municipais também fazem parte do cronograma de serviços prestados.

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