A tempo de embalar amores de Carnaval, Rodrigo Mancusi lança 'Veneno'

Às vezes o amor nos invade como um veneno e, quando nos damos conta, estamos tão misturados ao gosto da outra pessoa que já não lembramos bem do nosso. Foi observando essa dinâmica em alguns casais que Rodrigo Mancusi se inspirou para compor “Veneno”, o terceiro single do seu primeiro disco solo “Notícias de Longe”, que sai ainda neste semestre. Samba-funk cheio de suingue e com potencial para ser o carro-chefe do trabalho, “Veneno” estará disponível a partir da meia-noite de terça-feira, 30 de janeiro, bem a tempo de engrossar o cordão do Carnaval, em todas as plataformas de streaming. E já chega acompanhado de um videoclipe, que será lançado às 13h do mesmo dia.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

“Veneno nasceu quando percebi que eu queria (no disco) uma música muito solar, com uma pegada de samba-funk, samba-rock e com um molejo de pagode, que são algumas das referências que eu tenho”, conta Mancusi. O arranjo balançado e pra cima, com a presença constante de metais e um clima de paquera soprado pela voz quase sussurrada de Mancusi, remete com competência a grupos como a Orquestra Imperial, em seu projeto de recriar e atualizar o samba de gafieira, apenas um dos ritmos pelos quais o cantor e compositor passeará em seu disco.

O músico explica que a proposta ensolarada é para balancear e dar leveza à “criticazinha” que ele quis fazer com a letra, que fala de amor do ponto de vista de alguém que se percebe enredado em um sentimento tão viciante que faz com que dor, prazer e felicidade se confundam.Mancusi arremata com versos como “isso parece um drama mas sinto na cama faltando um pedaço/ se você não está pra me completar”, que, como ele avalia, descrevem uma dependência um tanto “tóxica”. O resultado é certeiro, uma crítica agridoce com gostinho de “Deus me livre, mas quem me dera”, pronta para embalar amores de verão, mas colocando uma pulguinha atrás da orelha.

Com produção de Ivan Gomes em parceria com o próprio Mancusi, em sua estreia como co-produtor, “Veneno” é ainda o aprofundamento de uma pesquisa que norteia o álbum “Notícias de Longe”, cuja premissa é criar uma sonoridade pop a partir da mistura de elementos orgânicos e eletrônicos na MPB, lida aqui como parte de uma história maior latino-americana. Assim, percussões eletrônicas conversam com percussões orgânicas, o mesmo que acontece entre os samples e o arranjo original do naipe de sopros.

Facetas diferentes dessa mesma busca podem ser ouvidas também nos singles lançados anteriormente, “Notícias de Longe”, faixa que dá nome ao disco, lançada ainda em 2022, e “A Love Song”, que saiu no ano passado. Ambas canções de amor e desamor, que passeiam por sonoridades variadas como a bachata, a salsa, o soul e o R&B. São entradas que criam ótimas expectativas para o que está por vir no álbum, que terá oito canções inéditas e também uma releitura do clássico “Sonhos”, de Peninha.

Sobre o videoclipe

Para criar o clima de sedução cheio de cores do clipe de “Veneno”, Mancusi contou com Camis Cal, parceira criativa que o acompanha desde seu trabalho como um dos integrantes da banda Abacaxepa, e que faz com ele a direção criativa do videoclipe, além de figurino e direção de arte deste e de outros trabalhos. O clipe tem direção e fotografia de Cainã Tavares e Joma Nigra, da Pirâmide Filmes, que já trabalhou com artistas como Jup do Bairro e a DUPLA 02 e que faz sua primeira parceria com Mancusi.

“A música tem uma vibe solar, verão, e o clipe mais ainda. Tem muita cor e um clima de encontro muito presente em meu trabalho e minha vida”, explica o artista, que tem no jeito performático de se expressar uma orgulhosa marca cultivada desde os tempos em que estudou Teatro na Escola Superior de Artes Célia Helena. A influência da atuação aparece, por exemplo, no gosto por se montar. “Com a minha montação, consigo vivenciar outras personas que me cabem, e acho que dessa maneira acabo despertando uma curiosidade à primeira olhada”, reflete. Em paralelo à
música, em sua carreira de ator, Mancusi será visto em breve nas telonas no filme “Família de Sorte”, de Viviani Ferreira (de “Ó pai, Ó 2”).

O trabalho de Mancusi parte de uma estética queer de traços efusivos para se filiar a uma cena contemporânea ainda mais diversa, um leque amplo que vai de nomes como Johnny Hooker a Luedji Luna. A cantora, inclusive, que é citada na letra de “Veneno”, volta a ser mencionada no clipe, numa cena em que Mancusi coloca para tocar seu LP “Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água”, lançado pelo selo Noize Record Club em 2021.

Sobre Rodrigo Mancusi

Rodrigo Mancusi é cantor, compositor e ator brasileiro, integrante da banda Abacaxepa, ganhadora do prêmio Arcanjo de cultura 2022. Como músico e ator, integrou em 2023 o elenco principal do espetáculo da Amstel “AUTORRETRATO” com direção de Felipe Hirsch e atuou no filme “Familia de Sorte” com direção de Viviani Ferreira (ó pai, ó 2) com estreia nos cinemas em 2024. Em 2022 abriu os caminhos de sua carreira solo, buscando desenvolver e aprofundar suas próprias linguagens, discursos e desejos, que fluem pela potência e resiliência de uma vida LGBTQIA+, abordando temas como paixão, mágoa, sedução e desilusão fora dos padrões normativos impostos pela sociedade. Circulou por diversas casas de show em São Paulo apresentando seu repertório autoral e está em processo de produção de seu primeiro disco solo “Notícias de longe”, contemplado pelo PROAC 2023.

Serviço

Lançamento de Veneno (single e videoclipe), de Rodrigo Mancusi. Já disponível no canal do Youtube do artista