Automotor

Testamos a Chevrolet Tracker RS

Visual "bem temperado" da versão RS do Tracker, lançada em abril, reforça a esportividade do SUV compacto da Chevrolet

Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Publicado em 13/08/2023 às 08:00

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A versão RS adota o mesmo motor 1.2 flex turbo de três cilindros que estreou na configuração Premier do Tracker / Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Desde o lançamento da nova geração do Tracker, em março de 2020, a versão “top” Premier tornou-se a “estrela” das propagandas do utilitário esportivo compacto da Chevrolet. Foi assim até abril deste ano, quando a marca apresentou, simultaneamente, as versões RS e Midnight para a linha 2024 do Tracker, que passou a contar com seis configurações. Desde então, o protagonismo publicitário da linha Tracker foi assumido pela versão RS, exibida na sugestiva cor Vermelho Chili – a do modelo testado. Na linha 2024 do SUV, a RS é oferecida por R$ 160.590 e fica posicionada entre a LTZ 1.0 turbo (R$ 144.850) e a Premier 1.2 turbo (R$ 163.490) – um valor bem mais próximo à configuração “top”, da qual aproveita o “powertrain”.

A grade dianteira em formato colmeia e com vistosa pintura preto brilhante é o principal diferencial da versão “esportivada” do Tracker. A pintura preta se espalha para o logo da marca na dianteira – opção cromática que se repete no logo traseiro e no do volante. Capas dos retrovisores, rack do teto e o aplique no para-choque traseiro adotam o mesmo tom escurecido, assim como as rodas de 17 polegadas. Os faróis full-led e as lanternas com assinatura em leds recebem uma máscara negra. As luzes diurnas do para-choque também fazem o papel de setas direcionais. O logo “RS” na frente e na traseira é em vermelho. Em termos de estilo, a estética da RS potencializa o aspecto aerodinâmico comum à linha Tracker, reforçado pelos vincos em toda a carroceria, especialmente no capô. Na traseira, o aerofólio integrado com o “brake light” salienta a esportividade. As opções de cores para a carroceria da RS, além da Vermelho Chili, incluem o Branco Summit, o Cinza Rush e o Preto Ouro Negro.

Fabricado em São Caetano do Sul (SP), o Tracker herda a plataforma GEM, desenvolvida na China em parceria com a SAIC e adotada também no Onix e no Onix Plus – e partes do interior do SUV remetem ao hatch e ao sedã compactos. Por dentro, a versão RS investe em bancos, volante de base reta, painéis de porta e console em um revestimento sintético que imita couro preto, com costuras pespontadas vermelhas. O teto solar panorâmico, que era exclusivo do Tracker Premier, virou de série no RS. A lista de equipamentos inclui alerta de ponto cego, alerta sonoro e visual de distância do carro à frente com frenagem automática de emergência, monitoramento de pressão dos pneus, chave presencial e partida por botão e a central MyLink com tela de 8 polegadas com espelhamento sem fio para Apple CarPlay ou Android Auto, que oferece Wi-Fi nativo com chip de internet 4G da Claro (gera uma mensalidade). Toda a linha Tracker traz seis airbags – frontais, laterais e de cortina. E ainda há o sistema OnStar, que oferece ajuda para quem procura pontos de interesse não conhecidos ou em caso de acidente. Na comparação com o Premier, o RS fica devendo o ar-condicionado automático, o sistema de estacionamento automático, a tela do painel colorida, o retrovisor interno fotocrômico, o sensor de estacionamento dianteiro e o carregador de celular sem fio.

O Tracker RS adota o mesmo motor 1.2 flex de três cilindros, com turbocompressor mas sem injeção direta, da família CSS Prime, que estreou na configuração Premier e equipa ainda a picape Montana. Produzido na fábrica de Joinville, em Santa Catarina, o motor entrega 133 cavalos e 21,4 kgfm quando abastecido com etanol e trabalha associado a um câmbio automático de 6 marchas. Já as versões mais baratas do Tracker adotam um 1.0 tricilíndrico turbo flex de 116 cavalos e 16,8 kgfm. Como ocorre no Onix e no Onix Plus, o Tracker não tem borboletas para trocas sequenciais das marchas. Os botões “+” e “–” na alavanca servem para trocas manuais e para limitar a maior marcha disponível no modo “L” do câmbio – funciona como um freio-motor, evitando que a transmissão vá para as marchas mais altas em longas descidas, por exemplo. No trânsito urbano, o sistema start-stop cumpre a função de racionalizar o uso de combustível. Na tabela de 2023 do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, atualizada no mês passado, o Tracker RS aparece com um consumo de 7,2 km/l na cidade e de 9,2 km/l na estrada com etanol e de 10,4 km/l na cidade e de 13,2 km/l na estrada com gasolina, que rendeu uma nota “C” tanto na comparação relativa da categoria quanto na absoluta geral. Depois de tornar-se o utilitário esportivo mais vendido no país em 2022, com 70.813 emplacamentos, 2023 está mais indigesto para o Tracker. Com as 34.407 vendidas de janeiro a julho, aparece como o décimo primeiro automóvel mais emplacado do país, sendo superado pelos rivais compactos Volkswagen T-Cross (40.589) e Hyundai Creta (35.265) e pelo médio Jeep Compass (35.060).

Experiência a bordo
Proposta de jovialidade

Dentro do Tracker RS, os detalhes de estilo – como os pespontos vermelhos nos bancos e no volante com uma gravatinha preta no centro – tentam cumprir a função de deixar o SUV com uma aparência mais sedutora para o público jovem, que a Chevrolet pretende atingir com a versão. O tom negro dos bancos é adotado ainda na área das portas e na faixa central do painel, uma rara superfície “soft touch” em meio à predominância de plásticos rígidos. A posição de dirigir oferece a mesma boa ergonomia de toda a linha, e o volante tem ajuste de altura e profundidade, assim como os bancos dianteiros. O banco traseiro traz um descansa-braço central.

A central multimídia tem tela de 8 polegadas e há uma porta USB dianteira e duas traseiras. Detalhes como Wi-Fi nativo, pareamento sem fio para Apple CarPlay ou Android Auto ajudam a conquistar os aficionados por tecnologia. Mas as ausências de um carregador de celular “wireless”, do sistema de estacionamento automático ou de um ar-condicionado automático (vem com um analógico), itens presentes na versão Premier, conspiram contra as pretensões “hi-tech” do ambiente. Já o teto solar panorâmico com abertura elétrica, que só aparecia na configuração de topo, também está na RS e amplia agradavelmente a sensação de espaço a bordo.

Impressões ao dirigir
Nem tão SUV

Embora a nomenclatura RS evoque esportividade, nada que tenha relação com a performance foi alterado na versão “esportivada” do Tracker em relação à Premier – nem no “powertrain”, nem na suspensão ou mesmo na direção. Do mesmo modo que na “top” do SUV, o motor 1.2 turbo é bem administrado pelo câmbio automático de 6 marchas. O conjunto responde rapidamente às solicitações feitas no pedal da direita, com trocas suaves e sem trancos – mas não especialmente rápidas ou que favoreçam uma dinâmica realmente esportiva. A disposição adicional proporcionada pelo turbo se faz notar em relação aos motores aspirados de potência similar. Disponível já em 2 mil giros, o torque máximo de 21,4 kgfm permite obter arrancadas convincentes. O volante é leve nas manobras de estacionamento e fica convenientemente mais firme em velocidades elevadas. Um modo “Sport” e borboletas para passagem manual das marchas seriam desejáveis em uma versão que investe na ambientação esportiva. A opção é usar o modo “L” e fazer as mudanças usando botões na lateral da alavanca, uma alternativa pouco instigante.

A suspensão oferece uma boa qualidade de rodagem em relação às vibrações e ao nível de ruídos. Os pneus aro 17 ajudam a absorver as irregularidades do piso e a superar valetas e quebra-molas – o desempenho só não é melhor nesse aspecto porque a altura em relação ao solo de 15,7 centímetros é das menores entre os utilitários esportivos compactos. Todavia, é justamente a altura reduzida – tanto em relação ao solo quanto a da própria carroceria –, aliada à precisão do conjunto suspensivo, que permite ao Tracker entregar uma sensação de dirigir mais distante do estilo tradicionalmente abrutalhado dos SUVs. O modelo se comporta de forma refinada, quase como se fosse uma station wagon – uma configuração de carroceria lamentavelmente extinta nos carros “made in Brazil” pela proliferação dos utilitários esportivos. Nas curvas fechadas e em velocidades mais altas, a carroceria mostra um comportamento elegante e se inclina bem menos do que na maioria dos SUVs. A dirigibilidade similar à dos carros de passeio acaba sendo uma das características mais interessantes do Tracker. E se harmoniza bem com a configuração RS – que, além de vir com o motor mais forte da linha, investe em uma estética que evoca justamente o aspecto dinâmico.

Ficha Técnica
Chevrolet Tracker RS

Motor: dianteiro, transversal, três cilindros, 12V, 1.199 cm³, comando duplo variável, flex, turbo, injeção eletrônica de combustível. Tração frontal.
Potência: 132/133 cavalos (gasolina/etanol) a 5.500 rpm
Torque: 19,4/21,4 kgfm (gasolina/etanol) a 2 mil rpm
Câmbio: automático de 6 marchas
Direção: elétrica
Suspensão: dianteira independente do tipo MacPherson e traseira com eixo de torção
Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: 4,27 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,62 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos
Tanque: 44 litros
Porta-malas: 393 litros
Peso: 1.271 kg
Preço: R$ 160.590

Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo

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