Sindical e Previdência

Estivadores fecham acordo e desocupam navio chinês Zhen Hua 10

Embraport concorda em requisitar trabalhadores para descarregar equipamentos

Francisco Aloise

Publicado em 19/02/2013 às 18:31

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A tensão no Porto de Santos, com a invasão madrugada de segunda-feira do navio chinês Zhen Hua 10, terminou na noite desta terça-feira (19) quando a Embraport, em cujo terminal está atracada a embarcação, fechou acordo com o Sindicato dos Estivadores para desocupação do navio. A empresa vai requisitar os trabalhadores, via Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), para descarregar seus equipamentos.

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Diante do acordo , os estivadores desocuparam o navio sob os gritos de “Estiva unida, jamais será vencida”. O presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva, Nei, disse agora pouco ao Diário do Litoral, que foi a primeira grande vitória dos trabalhadores” “Esses trabalhadores são heróis vitoriosos, pois permaneceram esses quase dois dias em vigília no navio lutando por seus direitos, ficando a maior parte do tempo sem água e sem alimento”.

E concluiu: “Agora, a nossa outra batalha será a partir de amanhã (quinta) em Brasília sempre lembrando que na sexta-feira, o Porto de Santos estará em greve por seis horas”.

Tensão será transferida amanhã para Brasília

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A tensão nos portos do País deve crescer nesta quinta-feira (21), com a instalação, às 10 horas, da comissão mista no Congresso Nacional que irá avaliar a Medida Provisória (MP) 595. Portuários, que iniciaram nesta terça uma plenária nacional em Brasília, prometem invadir o Congresso Nacional para protestarem.

Eles articulam uma greve nacional para março e preparam paralisação de protesto por 6 horas, na próxima sexta-feira.

O descontentamento com a MP é geral e envolve não só os trabalhadores, como também as empresas já estabelecidas no sistema portuário. Já, os grandes investidores defendem a aprovação da MP-595 junto com as grandes empresas que pretendem instalar terminais de uso privativo (TUPs).

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Líderes sindicais prometem hoje muita pressão e uma das armas será a deliberação de uma greve em todos os portos do País.

A Cruz Vermelha Brasileira, filial de Santos, levou alimentos para os 46 estivadores e cinco operários portuários (Foto: Divulgação)

Cruz Vermelha levou alimentos para estivadores

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Após 16 horas sem alimentos e 12 horas sem água fresca, os 46 estivadores e cinco operários portuários que ocupavam o navio ‘Zhen Hua 10’, atracado do cais público da Embraport, comeram e beberam.

A Cruz Vermelha Brasileira, filial de Santos, conseguiu transpor a proibição imposta pela Capitania dos Portos e Polícia Federal (PF), que desde a tarde desta segunda-feira (18), impedia o abastecimento.

Às 14 horas desta terça-feira (19), o barco alugado pelo Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), chegou a bordo do navio chinês, com o representante santista da Cruz Vermelha, Bento Ferreira.

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Ele e o presidente do Sintraport, Robson de Lima Apolinário, tiveram que mostrar sua documentação aos representes da Marinha do Brasil e da PF, antes de subir a bordo.

Os policiais revistaram os mantimentos, compostos de frutas, lanches e água mineral climatizada, e orientaram o embarque, após verificar que estava tudo certo.

Para Robson Apolinário, a Cruz Vermelha “fez toda a diferença. Não fosse ela, até agora os companheiros estariam sedentos e famintos, com risco de passar mal por problemas de saúde”.

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Nas primeiras avaliações, eles contataram um portuário diabético que precisava urgentemente de insulina. Também houve tomada de pressão arterial e outras análises de praxe nessas situações.

Versão da Embraport

A Embraport informa que, após acordo com representantes dos sindicatos dos trabalhadores, manifestantes se retiraram do navio Zhen Hua 10, que está carregado com equipamentos a serem utilizados no terminal em Santos (SP). O terminal portuário da Embraport, um investimento de R$ 2,3 bilhões, ainda não tem movimentação de cargas.

A Embraport esclarece que é absolutamente infundada a alegação de que teria contratado profissionais chineses para o desembarque e a montagem dos equipamentos de seu terminal. Estes procedimentos são realizados pelo fabricante dos equipamentos e seus funcionários, conforme exigência contratual do fornecedor, aspecto esclarecido desde o primeiro momento da negociação com os sindicatos. Excepcionalmente, neste caso, a Embraport contratará equipe de trabalhadores avulsos para o acompanhamento do desembarque dos equipamentos.

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Com o acordo, será retomada a instalação dos equipamentos para o início da operação de um terminal portuário que contribuirá para o desenvolvimento e competitividade do País, bem como para geração de emprego e renda.

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