27 de Abril de 2024 • 00:55
A atividade chega a contribuir com metade das capturas globais de pescado / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
O Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Marinho do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, o Ministério Público do Estado de São Paulo (GAEMA-BS) e o Ministério Público Federal realizam pesquisa on-line para buscar mais informações sobre o perfil dos pescadores atuantes nos municípios da região metropolitana da Baixada Santista. Os pescadores podem acessar o questionário pela internet e preenchê-lo até 15 de outubro.
A iniciativa busca atenuar algumas lacunas de informações sobre o perfil de importantes produtores de pescado, que dificultam a tomada de decisão e criação de estratégias para incrementar a qualificação laboral às comunidades pesqueiras, de forma a promover uma melhor integração com esse público, buscando elevar o status de atuação dos pescadores na atividade.
O trabalho objetiva viabilizar a construção de um projeto de capacitação, que busca promover maior aquisição de conhecimento nos seguintes temas: meio ambiente, sanidade e qualidade do pescado e pesca responsável, além de cursos técnicos relacionados à atividade.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), globalmente, a pesca artesanal e de a pequena escala fornece alimentos nutritivos para diversas regiões e pode atingir mercados nacionais e internacionais, gerando renda e apoiando economias locais e nacionais.
Essa atividade produtiva chega a contribuir com metade das capturas globais de pescado e é importante fonte alimentar de subsistência em determinadas regiões do planeta, podendo tornar-se especialmente importante em tempos de dificuldade. Ações concretas para a produção de alimentos sustentáveis e redução da pobreza são prerrogativas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Entretanto, o setor pesqueiro de pequena escala possui, geralmente, baixa escolaridade e pouca qualificação, tendo reduzidas as possibilidades de melhorar o seu status social e a sua qualidade de vida. Nesse sentido, torna-se importante empreender ações de capacitação e qualificação profissional, tanto no sentido de melhorar a sua atuação no setor pesqueiro, quanto para abrir novas possibilidades e novos postos de trabalho entre os integrantes de comunidades pesqueiras”, explica Cristiane Neiva, pesquisadora do IP.
PANORAMA.
Segundo Cristiane, neste momento, a pesquisa busca avaliar os interesses e as capacidades dos pescadores e, por meio da aplicação de questionários, obter uma visão abrangente deste produtor paulista.
“Queremos saber o grau de escolaridade, a distribuição de pescadores em cada comunidade e quais temas priorizariam para buscar uma capacitação. Além disso, a pesquisa também prevê indicar se este público teria condições de realizar cursos de ensino à distância”, diz a pesquisadora, citando alguns itens do questionário.
Segundo Alberto Amorim, pesquisador do Instituto de Pesca, que vem dedicando parte de sua pesquisa à dinâmica socioeconômica da pesca nesta região, o projeto de capacitação a ser construído terá como alvo principalmente os pescadores beneficiários do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Ultracargo/Tequimar, decorrente do incêndio ocorrido em 2015, envolvendo seis cidades da Baixada Santista e 15 comunidades (Santos: Ilha Diana, Monte Cabrão e Caruara; São Vicente: Rua Japão; Cubatão: Vila dos Pescadores; Praia Grande: Canto do Forte; Guarujá: Vicente de Carvalho, Sítio Cachoeira, Santa Cruz dos Navegantes, Praia do Góes, Rio do Meio, Guaiuba, Astúrias e Conceiçãozinha; e Bertioga: Canal de Bertioga).
“Pedimos aos pescadores signatários do TAC que atentem para o recebimento do questionário pelo aplicativo WhatsApp, por SMS ou e-mail e o respondam até o dia 15 de outubro”, afirma.
CAPACITAÇÃO.
Uma vez finalizada a etapa de coleta e análise desses dados, o levantamento embasará uma proposta de capacitação a ser encaminhada ao Ministério Público, para ser custeada com os recursos do TAC.
“A ideia é viabilizar estratégias e metodologias de capacitação que viabilizem o acesso do pescador a temas afeitos à atividade pesqueira, para melhora do seu desempenho, bem como de outras possibilidades, para o desenvolvimento de alternativas produtivas”, afirma Ingrid Cabral Machado, pesquisadora que também faz parte da equipe do Instituto de Pesca.
Os resultados do levantamento poderão fornecer subsídios para o estabelecimento de políticas públicas e possibilitar uma aproximação mais estreita entre a academia e os pescadores, com possíveis desdobramentos favoráveis ao desenvolvimento dessa cadeia produtiva do estado.
Polícia
Um dos agentes envolvidos alegou que sua câmera corporal estava descarregada no momento dos tiros
Cubatão
Segundo organizadores, ainda há vagas para a cerimônia oficial que ocorre no dia 31 de maio