X

Emergenciais

Estado diz que investiu R$ 2,2 milhões em obras emergenciais no Escolástica Rosa

O conjunto arquitetônico formado por salas de aula, orfanato, capela e oficinas profissionalizantes foi inaugurado em 1908

Nilson Regalado

Publicado em 23/04/2024 às 07:40

Atualizado em 23/04/2024 às 11:45

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Escolástica Rosa / Diário do Litoral

Por meio de nota enviada na tarde de ontem ao Diário do Litoral, o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CPS) afirmou que “encerrou as atividades nas instalações do antigo edifício localizado no bairro Aparecida” por “determinação da Procuradoria do Trabalho”. Responsável pela Escola Técnica Estadual (ETEC) Dona Escolástica Rosa e pelo campus Rubens Lara da Faculdade de Tecnologia (Fatec), que durante décadas formaram alunos nos ensinos médio e superior, o CPS afirmou ter investido R$ 2,2 milhões em obras emergenciais de manutenção no imóvel ao longo de dez anos.

Siga as notícias do Diário do Litoral no Google Notícias

Ainda de acordo com o Centro Paula Souza, “o prédio pertencente à Santa Casa de Santos necessitava de restauração para continuar a ser utilizado”. Porém, conforme a nota enviada pela autarquia ligada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, “como a Santa Casa não concordou em custear as obras, a alternativa para o CPS foi transferir as aulas da ETEC para outro local”.

O conjunto arquitetônico formado por salas de aula, orfanato, capela e oficinas profissionalizantes foi inaugurado em 1908 e formou gerações de santistas nos primeiros cursos técnicos do Brasil. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Antes mesmo da inauguração, a Irmandade da Santa Casa de Santos, já concluía o processo de contratação dos funcionários que iriam ‘tocar’ o projeto de João Octávio dos Santos. Tanto o pessoal da área administrativa como o corpo docente foram selecionados entre “pessoas com idoneidade e experiência profissional”. Um regimento interno garantia, inclusive, mercado de trabalho para os alunos, na própria instituição.

CARPINTARIA NAVAL.

Cursos, como os de Carpintaria Naval, Desenho Profissional, Eletrotécnica, Mecânica e Marcenaria foram algumas das disciplinas técnicas que nortearam os estudos nas primeiras décadas do antigo Instituto Dona Escholástica Rosa. A ideia de João Octávio era que esses jovens contribuíssem para o progresso da Cidade.

Nas férias, o colégio santista abrigava alunos de ensino técnico de todo o Estado, funcionando como uma colônia educativa e de lazer, algo que voltou a acontecer no final do século 20 através do programa Interior na Praia, mas com viés mais turístico que educacional.

ESTADO USOU POR 86 ANOS.

Durante o regime do ex-presidente Getúlio Vargas (1930/1945) o Estado resolveu intervir no Escolástica Rosa. Em 1933, o interventor (governador indicado) Armando Sales Oliveira decidiu assumir a administração do complexo educacional. E implantou no local uma escola secundária mista, para meninas e meninos, no local que, um dia, fora a chácara de João Octávio, onde corria o Rio Conrado, aterrado para construção do conjunto arquitetônico.

Apesar da intervenção do Estado, o legado do filho bastardo da negra escravizada resistiu até 1981. Naquele ano, o orfanato que funcionava no limite com a área da atual ETEC Aristóteles Ferreira foi definitivamente fechado.

Nas décadas seguintes, a decadência do ensino público se intensificou. E a degradação do conjunto arquitetônico com 17 mil metros quadrados se acentuou.

O Estado permaneceu no imóvel por 86 anos, até agosto de 2019, quando saiu definitivamente, entregando o imóvel de volta à Santa Casa de Santos.

O Diário do Litoral procurou a Santa Casa na semana passada e o provedor Ariovaldo Feliciano chegou a agendar uma entrevista para a última sexta-feira. Mas, o encontro acabou desmarcado devido a um “imprevisto”. A Assessoria de Comunicação do hospital prometeu “reagendar” a entrevista.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Variedades

Praiamar Shopping contará com apresentações musicais no Dia das Mães

Show da Banda Sapato Velho, cover do Roupa Nova, abre a programação na sexta-feira (3)

Cotidiano

Com facão e motoserra, dupla é detida cortando árvore em São Vicente

Eles não tinham a documentação necessária para fazer isso

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter