Sindicalistas recuam para preparar nova mobilização na Usiminas

Ao contrário do que estava previsto e para evitar confronto com a polícia, nenhuma manifestação foi realizada ontem na Usiminas contra as demissões previstas na empresa

13 NOV 2015 • POR • 11h54

“É melhor recuar um passo agora para depois avançarmos dois em busca dos nossos objetivos”. A frase do sindicalista Florêncio Resende de Sá, o Sassá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, que luta contra as demissões em massa na Usiminas de Cubatão e suas empreiteiras, reflete a intenção do sindicato e das centrais sindicais em montar uma nova estratégia para paralisar a produção da siderúrgica para negociar uma garantia do mercado de trabalho da categoria.

O sindicalista diz que a repressão policial da última quarta-feira, na porta da Usiminas, que inibiu a mobilização sindical, poderia ter se repetido ontem, e por isso mesmo os sindicalistas não realizaram nenhuma manifestação.

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Mesmo assim, logo cedo, a polícia, com várias viaturas foi para o local e ficou de prontidão, conforme mostra as fotos do repórter-fotográfico do DL, Luiz Torres.

Os sindicalistas, que chegaram a divulgar novos atos para ontem cedo, recuaram da decisão, mas estão preparando uma nova estratégia em protesto contra o fim da produção de aço e a demissão em massa de cerca de 8 mil trabalhadores da Usiminas e suas empreiteiras.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, o Sassá, disse que o planejamento inicial foi desfeito porque a polícia continuava de prontidão. “Queremos evitar um confronto com a Polícia Militar, pois nosso objetivo é evitar as demissões e garantir o mercado de trabalho na siderúrgica”, disse o sindicalista após reunião na sede do sindicato.

”Nós não queremos colocar a vida dos trabalhadores em risco. Estamos recuando um passo para avançarmos dois mais adiante”, justificou. A estratégia de ontem, montada por sindicalistas, era o de segurar os ônibus que transportam os trabalhadores para a usina, na estrada, bem antes de chegar ao portão principal da Usiminas e realizar uma marcha até a portaria e lá realizar um ato público.

Apesar de manter disposição para colocar em prática uma outra estratégia de mobilização, o sindicalista, por motivos óbvios, não revelou qual será o novo esquema a ser usado.

Petroleiros entram no 16º dia de greve

Um dia após a gerência de Petrobras oferecer uma proposta que não atende às reivindicações da categoria, os petroleiros do Litoral Paulista continuam de braços cruzados. Hoje, a greve entra no 16° dia, sendo que a categoria já está – desde os atrasos e cortes de rendição – há 49 dias mobilizada.

A direção do Sindipetro LP diz que no Terminal Alemoa, em Santos, a unidade continua nas mãos do grupo de contingência e com total adesão do Turno e ADM, que fez questão de ir até a porta da unidade para debater os rumos da greve.

No Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, os grevistas também seguem de prontidão em todos os portões da unidade. A greve continua forte no terminal com 100% de adesão dos trabalhadores do turno e supervisão de turno e 90% Manutenção e ADM.

Na UTGCA, em Caraguatatuba, o piquete na estrada continua com força total com a adesão de 100% da operação, 100% dos técnicos de manutenção de sobreaviso e 70% ADM (manutenção e SMS). Os trabalhadores em greve continuam se revezando para manter a escala (12 horas).

Em Cubatão, a adesão à greve é de 100% no turno e 90% no ADM da RPBC e da UTE Euzébio Rocha. No Terminal de Pilões, o ADM segue com 90% de adesão e o grupo de turno com 80%.