São Paulo tenta sobreviver em clássico que vale redenção ao Corinthians

Justamente em função das dificuldades da tabela da Libertadores, o tricolor tentou não remoer muito o fracasso no Estadual, diante do Santos

22 ABR 2015 • POR • 11h51

Eliminados do Campeonato Paulista no domingo, São Paulo e Corinthians voltarão a campo para mais um clássico decisivo a partir das 22 horas (de Brasília) desta quarta-feira, no Morumbi. O Majestoso vale a sobrevivência do time tricolor na Copa Libertadores da América e ainda a redenção do rival alvinegro após a dura derrota nos pênaltis para o Palmeiras.

O São Paulo chegou à última rodada do grupo 2 do torneio continental na segunda colocação, com 9 pontos ganhos – inalcançável, o Corinthians soma 13. O argentino San Lorenzo tem 7 e torce pelo líder da chave para se classificar com uma vitória sobre o uruguaio Danubio, que só perdeu até então, no confronto do Nuevo Gasómetro, no mesmo horário do clássico paulista.

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Justamente em função das dificuldades da tabela da Libertadores, o São Paulo tentou não remoer muito o fracasso no Estadual, diante do Santos. Afinal, a equipe comandada de maneira interina por Milton Cruz depende só de um bom resultado diante do Corinthians para avançar. Um empate já será suficiente se o San Lorenzo não ganhar do Danubio por uma diferença maior de três gols.

“O que passou não volta atrás. Vamos esquecer e entrar com uma motivação diferente na Libertadores. Temos consciência de que precisamos buscar a vaga”, comentou Milton Cruz, cujo discurso ecoou no elenco do São Paulo. “Será o jogo do ano, da minha vida. O Corinthians vai tentar eliminar a gente, mas o nosso desejo de vencer é maior do que isso”, avisou o versátil Hudson.

O problema é que o Majestoso ganhou uma importância maior para o Corinthians depois do fracasso no Derby realizado em casa. Embora o técnico Tite – que até declarou torcer pela classificação do São Paulo – insista com a ideia de não sentir prazer com a dor alheia, o seu antes badalado elenco passará a ser alvo de duras cobranças no caso de um novo tropeço contra um rival.

Os efeitos da derrota para o Palmeiras já começaram até a ser sentidos. Todos os jogadores corintianos passaram a evitar entrevistas a partir do momento em que deixaram, cabisbaixos, o vestiário de Itaquera no domingo. “A gente já deu um carinho para eles. O Tite é um cara que sente muito, mas também se refaz rapidamente. Por isso, ele tenta recobrar essa questão emocional o mais rapidamente possível”, disse o auxiliar Cléber Xavier.

No aspecto psicológico, o São Paulo ao menos traz recentes boas lembranças para o Corinthians. Foi na vitória por 2 a 0 em cima do rival que o time de Tite arrancou os primeiros elogios rasgados na temporada, em que ainda se mantém invicto em jogos oficiais (o clássico como Palmeiras terminou empatado por 2 a 2 com a bola rolando). Depois, pelo Paulista, o carrasco Danilo garantiu o 1 a 0 no Morumbi, com direito a pênalti de Rogério Ceni defendido por Cássio.

Para que o terceiro Majestoso do ano tenha outro desfecho, Milton Cruz apostará em Luis Fabiano no comando do ataque do São Paulo. Autor do gol são-paulino na derrota por 2 a 1 para o Santos, o veterano ocupará o lugar que seria de Alexandre Pato, impedido de enfrentar o Corinthians por acordo contratual. Já o meia argentino Centurión é dúvida após manifestar à imprensa do seu país a sua insatisfação com a adaptação ao Brasil.

No Corinthians, não há mais motivo para poupar jogadores desgastados, como estranhamente ocorreu diante do Palmeiras. Assim, os meio-campistas Elias e Renato Augusto serão escalados. A baixa ainda é o centroavante peruano Paolo Guerrero, com dengue. Vagner Love foi mantido como substituto apesar das contestações de parte da torcida.