Enderson critica ‘estrelismo’ de jovens, aposta em ‘queridinhos’ e é rebatido por zagueiro

Apesar do clube seguir com um aproveitamento muito bom nos campeonatos de base, o técnico santista não vê os atletas em um nível satisfatório

4 MAR 2015 • POR • 21h01

Com o afastamento de Alison do time por lesão, Geuvânio é hoje o único jogador revelado pela base do Santos a integrar o time profissional titular. Sempre reconhecido por criar e dar oportunidades aos garotos oriundos das categorias inferiores, o Peixe de 2015 atualmente está recheado de medalhões, alguns com histórico no clube, como Robinho, Renato, Elano e Ricardo Oliveira, além de atletas de pouca expressão nacional. E o fator principal desta ‘nova fase’, que vai de encontro com aquilo que o torcedor santista tanto se orgulha, se chama Enderson Moreira.

Apesar do clube seguir com um aproveitamento muito bom nos campeonatos de base e ter vencido a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2013 e 2014, o técnico santista não vê os atletas em um nível satisfatório e ainda reclama do ‘estrelismo’ destes jovens em início de carreira.

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“Não é fácil, alguns atletas se acham mais do que são. Não conquistaram nada, não são referências e ainda têm muita coisa para caminhar. A conquista traz credibilidade, é importante que eles tenham esse pensamento. Já que muitos pensam em jogar fora, na Europa, eles precisam melhorar essa qualidade de jogar em equipe”, apontou o comandante alvinegro à Rádio Bandeirantes.

Do elenco atual, o goleiro Vladimir, os laterais Zeca, Daniel Guedes e Caju, os zagueiros Jubal e Gustavo Henrique, os volantes Thiago Maia, Lucas Otávio e Leandrinho, o meia Serginho e os atacantes Geuvânio, Gabriel, Lucas Crispim e Diego Cardoso estão à disposição de Enderson Moreira. Porém, o técnico preteriu a maioria dos membros desta lista no momento de definir os inscritos para o Campeonato Paulista e preferiu apostar em atletas rodados, com quem já trabalhou em outros clubes, como Werley, Chiquinho, Valencia e Marquinhos Gabriel. Todos contratados a seu pedido.

“É o que sempre coloco para eles (jovens do Santos): são jogadores que têm grande potencial, mas isso não entra em campo, não ganha título. Potencial é algo que talvez você consiga chegar, talvez, não. Tem que confirmar isso nos treinos e jogos”, justificou Enderson.

Na última semana, o treinador declarou publicamente, em diversas oportunidades, que deseja a contratação de Walter, centroavante do Fluminense famoso por estar sempre acima do peso e com quem também já trabalhou. E, por outro lado, reluta em escalar Gabriel, atacante de 18 anos que terminou a última temporada como artilheiro do time, por entender que o camisa 10, mais um revelado pelo Santos, não tem consciência tática e se preocupa apenas em finalizar.

“É importante que eles tenham pensamento coletivo, uma exigência que não é minha, mas do futebol moderno, de resultado. Falo para que eles possam colocar suas qualidades em prol da equipe, não o contrario. É uma conversa diária”, explicou o técnico.

Defesa da base

Gustavo Henrique foi um dos jogadores promovidos da base para o profissional com grande expectativa. O zagueiro de 1,96m passou 2014 se recuperando de uma cirurgia no joelho e iniciou a temporada deste ano com a responsabilidade de assumir o posto deixado por Edu Dracena. No entanto, após apenas duas partidas, foi sacado para a escalação de Werley, que recém havia chegado ao clube e estava na reserva do Grêmio.

“Eu acho que nenhum jogador jovem se acha muito aqui. Talvez, os que estão começando agora, estão tentando mostrar seu potencial e, às vezes, se acaba confundindo isso. Mas acho que os jovens jogadores que estão aqui sempre procuram ver os exemplos dos mais velhos”, defendeu o jogador de 21 anos.