Religiosos muçulmanos defendem reforma da educação para conter extremismo

As recomendações dos religiosos e ulemas (sábios e doutores da lei) integram um comunicado publicado no fim do seminário O Islã e a Luta Antiterrorista

25 FEV 2015 • POR • 18h33

Ulemas e dignitários religiosos muçulmanos do mundo inteiro manifestaram hoje (25), em Meca, na Arábia Saudita, a necessidade de uma reforma da educação para combater o extremismo, no âmbito de um seminário de três dias sobre a luta contra o terrorismo. Pronunciaram-se ainda a favor de uma revisão das mensagens religiosas incluídas nos programas escolares, de modo a que passem a ter "uma abordagem mais moderada".

As recomendações dos religiosos e ulemas (sábios e doutores da lei) integram um comunicado publicado no fim do seminário O Islã e a Luta Antiterrorista, organizado pela Liga Islâmica Mundial, que reúne organizações não-governamentais e tem sede em Meca.

Leia Também

Rebeldes ucranianos que começaram retirada de armamentos pesados; governo rebate

Boko Haram faz duplo atentado na Nigéria a cinco semanas das eleições gerais

Atentado com carro-bomba mata 22 pessoas e deixa 43 feridos em Bagdá

Conversas sobre paz no leste da Ucrânia terminam em clima tenso e sem resoluções

Obama reafirma que Assad deve sair do poder

"A luta contra o terrorismo e o extremismo religioso não é contrária ao Islã", destaca o texto, que surge num momento em que a Arábia Saudita e outros estados árabes combatem os “jihadistas” do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que tem estado em ação sobretudo no Iraque, na Síria e na Líbia. "O terrorismo não tem religião ou pátria, e é injusto e errado acusar o Islã", acrescenta o comunicado.

Domingo, no início do seminário, o xeque da Al-Azhar, uma das mais prestigiadas instituições do Islã sunita, apelou aos países muçulmanos para que reformem os seus programas escolares, de modo a travar o extremismo religioso - resultado de "um acúmulo histórico de tendências excessivas, inerentes ao nosso patrimônio, nascido de uma errada interpretação do Corão e da Suna (palavras e atos do profeta Maomé)" -, declarou o xeque Ahmed Al-Tayeb.