Juros devem fechar 2015 em 12,75% ao ano, segundo a Focus

No Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 23, os analistas projetam que a taxa básica de juros terminará o ano em 12,75% como na semana anterior

23 FEV 2015 • POR • 15h49

Uma semana antes de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado financeiro manteve suas projeções para a Selic no encerramento dos anos. No Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 23, os analistas projetam que a taxa básica de juros terminará o ano em 12,75% como na semana anterior - um mês atrás, a mediana das expectativas estava em 12 50%.

Apesar desse congelamento para o fim de 2015, a Selic média para este ano passou de 12,78% para 12,84% ao ano, o que embute a perspectiva de que há mais analistas prevendo uma taxa maior para o juro básico da economia ao longo deste ano.

Leia Também

Caminhoneiros fecham rodovias no País contra alta do diesel

HSBC Brasil anuncia fechamento de 21 agências em áreas com menor crescimento

Alta do Dolar: Derivados agrícolas vão ficar mais caros

Alta do dólar aproxima câmbio da taxa de equilíbrio

Usiminas vai investir 18% menos em 2015

Para o encerramento de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% pela oitava semana seguida. A previsão mediana para a Selic média do ano que vem também ficou paralisada - 11,61% ao ano - mas vale ressaltar que está acima da taxa efetiva aguardada para o final do ano que vem. Há um mês, porém, a mediana das projeções para essa variável estava maior, em 1,69% ao ano.

No caso dos economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros preveem uma elevação bem mais forte do que a pesquisa geral. Para o grupo Top 5 de médio prazo, a Selic encerrará este ano em 13,00%, como já acreditavam esses analistas há cinco semanas. Para o encerramento de 2016, esse grupo projeta agora uma taxa de 11,38%, menor do que a mediana de 11,50% ao ano da semana passada. Essa taxa revela que os profissionais estão divididos em relação ao patamar do juro no encerramento de 2016.

Superávit comercial

As projeções do mercado financeiro para a balança comercial apresentaram piora tanto para 2015 quanto para 2016. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 passou de um saldo positivo de US$ 5 bilhões para US$ 4,40 bilhões no período. Há quatro semanas, essa projeção era de US$ 4,50 bilhões. Para 2016, a mediana das projeções diminuiu de um superávit de US$ 12 bilhões para US$ 11 bilhões. Mesmo assim, segue acima da expectativa de saldo positivo de US$ 10,02 bilhões verificado quatro semanas atrás.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro ajustou a mediana para 2015 de um déficit de US$ 78 00 bilhões da pesquisa passada, e de quatro edições atrás, para US$ 78,40 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo passou de US$ 69,25 bilhões na semana passada para US$ 69,75 bilhões agora. Um mês antes esse número estava em US$ 69,00 bilhões.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões para esse indicador foi mantida US$ 60,00 bilhões para os dois anos.

Câmbio

Depois de engatar alta nas negociações atuais, o dólar chegou a R$ 3,00 no Relatório Focus. A estimativa é a mediana das projeções do mercado para o câmbio no encerramento de 2016. Há uma semana, o ponto central da pesquisa era de uma cotação de R$ 2,93 e, há quatro, de R$ 2,90. Com esse aumento, a mediana para o câmbio médio ao longo do ano que vem também sofreu alteração, passando de R$ 2,85 para R$ 2,88. Quatro semanas atrás, estava em R$ 2,82.

No caso de 2015, a mediana das estimativas para o câmbio foi mantida em R$ 2,90 - quatro edições anteriores do boletim Focus estava em R$ 2,80. Apesar da manutenção ao final do ano, foi observada uma elevação no caso do câmbio médio de 2015, que passou de R$ 2,81 para R$ 2,84 - um mês antes estava em R$ 2,72.

IGP-DI

A inflação no atacado mostrou algum alívio no Focus desta segunda-feira. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o IGP-DI deste ano caiu, enquanto a das projeções para o IGP-M foi mantida. O boletim Focus mostrou que o IGP-DI deve encerrar 2015 em 5,75% e não mais em 5,81% como os analistas projetavam uma semana antes. Quatro semanas atrás, a mediana das estimativas estava em 5,64%. Para 2016, a perspectiva de alta de 5,50% desse indicador segue pela 29a semana consecutiva.

Já o ponto central da pesquisa para o IGP-M de 2015 ficou congelado em 5,81% de uma semana para outra - um mês antes estava em 5,66%. No caso do ano que vem, a expectativa dos participantes é a de que o principal índice de inflação referência para reajuste de alugueis também suba 5,50%, de acordo com o boletim Focus, que registra esse patamar também há 29 semanas.

O IPC-Fipe para 2015 ficou congelado na pesquisa Focus divulgada hoje. O boletim mostrou que a mediana das projeções está em 6 47%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 5,50%. Para 2016, porém, a previsão para a inflação de São Paulo, permaneceu em 5,00%, mesmo patamar visto quatro semanas antes.