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Economia

Alta do Dolar: Derivados agrícolas vão ficar mais caros

Produtos que utilizam trigo, como o pão, devem sofrer reajustes

Publicado em 22/02/2015 às 09:20

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A constante alta do dólar pode acabar pesando na economia interna e o consumidor precisa preparar o bolso. Produtos de derivados agrícolas, como o pão, devem ficar mais caro.

Segundo a professora mestra Karla Andreia Berni Simionato, coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Santos (UniSantos), a alta cotação da moeda norteamericana influencia no País por causa das importações. “O aumento do dólar faz com que vários preços internos aumentem porque nós importamos muita coisa e essa compra é paga em dólar. O produto chega mais caro aqui e eleva os preços internos de uma maneira geral. O consumidor precisa apertar um pouco o cinto”.

Karla cita que além de produtos, o Brasil também importa maquinário para utilizar na agricultura, o que encarece mais a produção e consequentemente o preço final da mercadoria. “Ainda temos o aumento da gasolina, que deixa tudo mais caro. E também há uma crise hídrica, que provoca uma crise energética. Então, o valor da água sobe e o valor da energia elétrica também. Os preços administrados sobem e a inflação tende a ficar acima da meta do governo”.

A professora mestra mostrou pessimismo quanto a uma possível queda do dólar. “Ele pode baixar um pouco, mas não vai chegar aos patamares de R$ 2,30 ou R$,40.

O pão deve ficar mais caro em consequência da valorização no preço do trigo importado (Foto: Matheus Tagé/DL)

Pode esquecer isso. Se baixar muito irá chegar em R$ 2,75, com o cenário que nós temos hoje. Se muitas coisas mudarem, fica melhor. Mas o cenário não é favorável. Ele indica que o brasileiro será mais taxado, terá falta de coisas importantes como água e energia. Daqui a pouco vem mais indenizações que a Petrobras terá de pagar, o escândalo do BNDES que, segundo alguns, teve um rombo maior que a Petrobras. Você não tem um cenário econômico favorável”.

A dica que fica para o consumidor é apertar o cinto, se ainda for possível. “É, se ele ainda tiver cinto para apertar, né? A situação está cada vez mais difícil para o assalariado. O que a gente orienta é que as pessoas façam de tudo para manter os seus empregos, tente se qualificar cada vez mais e manter, pelo menos, o que tem porque o cenário não é favorável, disse Karla”.

Viagens ao exterior

O dólar também tem pesado para quem precisa viajar para fora do País. Mesmo assim, a coordenadora não acredita que isso vá impedir as pessoas de irem ao exterior. “As pessoas acabam gastando mais. Quando você vai trocar a moeda, acaba pegando menos dólares ou gastando uma quantidade maior de reais para poder fazer aquilo que você queria. Isso atrapalha, sim. Contudo, a gente não tem baixa nas viagens internacionais por conta da alta do dólar. As pessoas reclamam, fica mais caro, mas elas continuam viajando”.

Uma alternativa para os consumidores é apostar nos pacotes de viagens. “Para alguns lugares, nessa época do ano, existem muitas promoções porque são lugares mais frios, como a Europa e os Estados Unidos. Existem promoções de viagens, passagens e hotéis que acabam compensando ir para fora do País do que ficar. Ainda aquela correlação de que você gasta mais para ir ao Nordeste do que ao Exterior é verdadeira. Nós estamos no verão e as coisas subiram muito de preço”, comentou Karla.

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