Engenheiro da Petrobras cita represália e pressão

Segundo o engenheiro, em uma licitação para ampliação da casa de força da refinaria, em 2007, o menor lance dado pelas empresas convidadas para o certame foi de R$ 919 milhões

16 FEV 2015 • POR • 12h50

Em depoimento à Polícia Federal em um dos inquéritos da Lava Jato, o engenheiro eletricista da Petrobras, Luiz Antônio Kalil Horta relatou que era pressionado por subordinados do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, que admitiu ter recebido US$ 97 milhões em propinas na estatal, a negociar licitações muito acima do valor estipulado e que chegou a ser deslocado da comissão de licitações da Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, após cancelar certames com preço maior que o previsto.

Segundo o engenheiro, em uma licitação para ampliação da casa de força da refinaria, em 2007, o menor lance dado pelas empresas convidadas para o certame foi de R$ 919 milhões, muito acima da previsão inicial de R$ 506 milhões estimados pela área técnica da Petrobras, o que motivou o cancelamento da licitação na época.

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Ao mencionar que iria adotar essa medida, contudo, ele disse que foi procurado pelo funcionário do Serviço de Engenharia da estatal (Segen, que faz as estimativas de preços das licitações da Petrobrás) Fernando de Almeida Biato, e pelo seu chefe direto na refinaria, Jairo Luiz Bonet. Na ocasião, ambos falaram para ele não cancelar o certame e negociar com as empresas, sugestão que não foi acatada por Kalil Horta, que cancelou a licitação e realizou outra, vencida por um preço dentro da estimativa inicial da área técnica da Petrobras. Segundo Kalil Horta, foram feitas outras licitações a preços muito mais elevados.

O depoimento de Kalil Horta foi dado em 14 de janeiro, em um dos inquéritos da Lava Jato conduzido pela Polícia Federal que apura o esquema de desvios e lavagem de dinheiro que se instalou na Petrobrás.