Advogado geral de Guarujá pede demissão

André Guerato não revela porque saiu. Ele era um dos responsáveis pela apuração do conhecido ‘Escândalo da Procuradoria’, denunciado pelo Diário do Litoral

27 MAI 2014 • POR • 00h39

Depois de ser um dos responsáveis por conduzir os procedimentos administrativos no conhecido ‘Escândalo da Procuradoria’, denunciado com exclusividade pelo Diário do Litoral – que gerou uma verdadeira guerra interna na Prefeitura e que lhe rendeu uma ameaça de morte em outubro do ano passado, o advogado geral de Guarujá, André Figueiras Noschese Guerato, pediu demissão ontem.

A informação foi confirmada pela própria Assessoria de Imprensa da Prefeitura, que revelou que André Guerato entregou a carta para a prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB) ontem mesmo, agradecendo a oportunidade. Em seu lugar assume, interinamente, o procurador geral do Município, Fabio Aguetoni, que já exerceu a função.

A Administração não respondeu porque ele pediu exoneração e nem qual a avaliação de Maria Antonieta faz sobre a perda de um de seus principais auxiliares e muito menos se havia alguma pressão – interna ou externa – para sua saída repentina. Procurado, ele também não quis revelar os motivos da entrega do cargo.

O já conhecido Escândalo da Procuradoria de Guarujá, denunciado com exclusividade durante oito meses pelo DL, vinha dividindo a Procuradoria do Município, causando duas exonerações – Sérgio Anastácio e Solange Alvarez Amaral. Jefferson da Silva (terceiro procurador acusado) ainda está sob um processo administrativo que já perdura por mais de um ano.

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Ameaça de morte

Ano passado, durante o processo de demissão de Anastácio, Guerato se mostrou embaraçado ao revelar que estaria sendo ameaçado de morte em razão do Escândalo da Procuradoria de Guarujá. Ele salientou que embora a Administração venha tratando os fatos, preservando a integridade e possibilitando ampla defesa dos procuradores envolvidos, sua atuação vem sendo combatida de forma contrária, com ameaças, baixarias e outros tipos de intimidações.

“Fui ameaçado de morte e já comuniquei o fato às autoridades competentes. Não vamos entrar nesse jogo. Vamos continuar trabalhando com transparência e sempre comunicando tudo o que está ocorrendo aos órgãos pertinentes”, disse na ocasião.

Outros procuradores

Além dos três, mais quatro procuradores estão sendo investigados numa ação conjunta entre a municipalidade e o Ministério Público, apoiados pelo Gaeco. O acordo com o MP foi necessário porque, segundo a Prefeitura, existem pessoas físicas e do Poder Judiciário, que não são servidores municipais, que podem estar envolvidas nas fraudes e somente o MP pode investigá-las.

Investigações detectaram, além do desvio de guias de processos judiciais, cujos valores não eram depositados na conta da Prefeitura e sim em contas particulares de servidores, emissão de certidões negativas, acordos feitos à revelia das chefias e da chefe do Executivo, e dívidas baixadas indevidamente, entre outros procedimentos.