Fãs se reúnem em cemitério para homenagear Senna 20 anos após morte

Ao redor do túmulo de Senna, enfeitado com bandeira do Brasil, capacete, imagens e mensagens, os admiradores que visitam o local anualmente trocavam abraços e saudações efusivas

1 MAI 2014 • POR • 14h38

Dezenas de fãs visitaram o túmulo de Ayrton Senna nesta quinta-feira. No dia em que a morte do tricampeão mundial na Fórmula 1 completou 20 anos, seus admiradores prestaram uma série de homenagens e se emocionaram no Cemitério do Morumbi, em São Paulo.

Para muitos dos fãs, o 1º de maio é dia de reencontrar velhos amigos. Ao redor do túmulo de Senna, enfeitado com bandeira do Brasil, capacete, imagens e mensagens, os admiradores que visitam o local anualmente trocavam abraços e saudações efusivas. “Que bom saber que você está bem!”, disse uma senhora.

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Antônio Paulo Batista, um dos habitues, diz ter visitado o cemitério de Ayrton Senna em todos os anos desde 1994. Vestido com um macacão vermelho, ele se dirigiu à imprensa com desenvoltura e fez questão de comer uma banana diante das câmeras em solidariedade ao lateral Daniel Alves, do Barcelona.

Celsom Gomes Pereira também visita o local anualmente, mas é mais discreto que o amigo. O motorista de 56 anos, integrante da antiga Torcida Ayrton Senna (TAS), costuma montar uma pequena exposição sobre o piloto no cemitério, com direito até a exibição permanente de um DVD.

“A maioria já se conhece. Isso aqui virou uma família”, afirmou Pereira logo depois posicionar pequenos vasos de flores em forma de coração ao redor do túmulo de Senna. “Vem gente de diferentes partes do Brasil e até do mundo. É uma loucura saudável. Não sei nem como explicar”, acrescentou.

Enquanto a Gazeta Esportiva  esteve no local, testemunhou a presença de fãs alemães, argentinos e japoneses – Senna conquistou seus três títulos mundiais no país oriental. Além da imprensa brasileira, havia jornalistas da Alemanha e também do Japão.

“Conheço gente que aprendeu português por causa do Senna. É impressionante como uma pessoa pôde mover tantos corações em diferentes partes do planeta. Queria que esse dia não tivesse existido, que fosse apagado. A morte dele repercutiu no mundo inteiro. Nunca vi uma comoção como aquela”, lembrou Pereira.

Reunidos em volta do túmulo do piloto, vizinho ao de seu cunhado, ex-marido de Viviane Senna, os admiradores aproveitaram o encontro para recordar velhas passagens e fazer debates acalorados. “Lembra aquela prova em Hockenheim-1986?”, perguntou um fã, devidamente trajado com a camisa da Lotus, iniciando uma nova discussão.

No dia que marca a morte do piloto, Celsom Gomes Pereira paradoxalmente o sente mais próximo. “Depois que o Ayrton se foi, não consegui mais ver corridas de Fórmula 1. Aqui a gente curte, lembra e se emociona. Tenho certeza que ele está aqui vendo todo o mundo e pensando: ‘um dia vamos nos encontrar’”, imaginou.