Galisteu diz que Senna estava angustiado antes de última corrida

Após 20 anos da morte do competidor no Grande Prêmio de San Marino, em 1994, a apresentadora revelou que o piloto não estava com bons pressentimentos

30 ABR 2014 • POR • 19h53

Ayrton Senna era alvo da mídia por suas vitórias categóricas na Fórmula 1, mas também por seus relacionamentos. O brasileiro já namorou com a apresentadora Xuxa e também com Adriane Galisteu, última mulher do piloto. Após 20 anos da morte do competidor no Grande Prêmio de San Marino, em 1994, Galisteu revelou que Senna não estava com bons pressentimentos para a prova na qual sofreu o acidente fatal.

“Ele me ligou. Ele não estava bem. Sua cabeça não estava bem. Rubens Barrichello, seu amigo, estava no hospital. Ele estava muito chateado com a morte de Roland Ratzenberger. Ayrton me disse: ‘Estou muito triste’. Eu havia visto ele angustiado antes, mas nunca ouvido a voz dele como estava aquele dia. Me lembro de dizer a ele: ‘Ayrton, não entra nesta corrida’. Quando tentei dizer a ele para não correr em Ímola, ele me disse que amava sua profissão e que não poderia simplesmente desistir da corrida”, revelou a apresentadora em entrevista ao jornal inglês Daily Mail.

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Nos treinos classificatórios de Ímola, o piloto austríaco Roland Ratzenberger faleceu e Rubens Barrichello se envolveu em acidente grave. Ayrton não estava confiante com a segurança da categoria e tinha dificuldades para controlar o seu carro. Galisteu revelou que no momento da batida nunca teria imagino que Ayrton sairia de lá sem vida, mas sim que apenas retornaria antes para casa.

“Eu vi o acidente e não achei nada. Na verdade, eu pensei: “Bom, ele vai voltar mais cedo, ainda bem”. Mas aí eu vi que era mais sério do que eu imaginei a princípio. Eu fiquei em frente à TV e olhei o replay várias e várias vezes. Eu podia ver que o carro estava danificado, mas eu nunca imaginei que ele tinha morrido. Eu atendi o telefone e era a mulher do melhor amigo dele me dizendo que eu precisava ir para Ímola. Fomos em um jatinho de Lisboa. Eu entrei no avião pensando que ele ainda estava vivo. Machucado, mas não morto”, contou.

Assim que entrou em um jatinho para encontrar com o piloto, a apresentadora recebeu um telefonema que a impedia de ir. “Quando o avião estava prestes a decolar, o piloto disse que havia uma ligação da torre. Eu imaginei que era o Ayrton dizendo: ‘Você não precisa vir, tudo está ok’. Era uma amiga: ‘Adriane, você não precisa vir’. ‘Uau, isso é bom’, eu disse, pensando que ele deveria estar melhorando. ‘Não, ele morreu’. Meu mundo parou naquele momento”, falou.

De acordo com Galisteu, a morte de Ayrton foi muito difícil. “Na minha cabeça era impossível, ele só poderia morrer de velhice. Foi inacreditável que ele tenha morrido fazendo o que ele sabia fazer melhor na vida. Foi muito difícil para o Brasil, para o mundo todo, mas ainda mais para mim. Demorei muitos anos para recuperar minha vida, especialmente amorosamente. Eu fiquei o máximo que pude com seu corpo. Eu não fui para casa, eu não tomei banho. Eu fiquei com ele”, destacou.