Capitania investiga suposta corrida no Canal do Estuário

Lutador de jiu-jítsu estava em velocidade acima do permitido, diz comandante

15 ABR 2014 • POR • 10h29

O comandante da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), Ricardo Fernandes Gomes, afirmou ontem que está sendo apurado se o lutador de jiu-jítsu e empresário Renato Tadeu Casadei Salvino, de 37 anos, participava de uma corrida no momento da colisão da moto aquática que o turista pilotava com uma lancha, no canal do acesso ao Porto de Santos. A suspeita ocorre após a análise de imagens do acidente captadas por câmeras de monitoramento.

Gomes disse ao Diário do Litoral que pelas imagens seis motos aquáticas aparecem em velocidade acima de 20 km/h, limite permitido para o trecho. A tese de corrida ganhou força com alguns depoimentos colhidos nas imediações do local do acidente na tarde de sábado, ainda segundo o comandante.

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Depoimentos a serem tomados formalmente na Capitania nos próximos dias poderão confirmar essa linha de investigação.

Linha reta

Segundo o comandante da Capitania, a trajetória da moto aquática pilotada por Salvino não teve desvio até o choque com a lancha, em ângulo perpendicular.
Pelas normas vigentes, a manobra de desvio deveria ter sido feito pelo lutador, já que a lancha, veículo náutico de maior porte, tinha a preferência. Ninguém ficou ferido na embarcação.

Gomes informou que o Instituto Médico-Legal (IML) de Santos colheu material do corpo do lutador para exame toxicológico. O objetivo é apurar se houve outro fator que contribuiu com o acidente.

O inquérito sobre o caso deverá ser concluído em até 90 dias.

Depoimentos

O condutor da lancha atingida pela moto aquática pilotada pelo lutador de disse em depoimento à Polícia Civil, na noite de sábado, que a preferência não foi respeitada por Salvino.

Amigo do lutador e dono da moto aquática que Salvino pilotava, um comerciante de 39 anos também foi ouvido pela Polícia Civil na noite de sábado. Ele disse que não viu a colisão porque estava mais a frente em sua moto aquática.

Diante da versão apresentada pelo condutor da lancha e dos indícios de que a moto aquática foi pilotada de modo irregular pelo lutador, o delegado Leonardo Nunes Amorim Rivau inseriu o crime de direção perigosa no registro do caso.

De acordo com a Capitania dos Portos, o lutador tinha habilitação para dirigir a moto aquática, mas ela estava vencida há um mês. A renovação dependia apenas da apresentação de documentos.

Cremação

Renato Salvino foi cremado na manhã de ontem no Cemitério Vila Alpina, na zona leste de São Paulo.

Morador da capital paulista, o lutador tinha uma academia em Perdizes, na zona oeste. Ele era casado com Caroline Casadei, campeã brasileira de jiu-jítsu em 2013. Ele deixa uma filha de dois anos.