Promotor acusa Pistorius de ter ajustado mira para acertar Reeva

Um dos maiores atletas paralímpicos da história, ele é acusado de ter assassinado propositalmente a modelo e namorada

14 ABR 2014 • POR • 13h52

Acusado de ter assassinado propositalmente a modelo e namorada Reeva Steenkamp no início do ano passado, Oscar Pistorius segue sendo julgado no Tribunal de Pretória. Nesta segunda-feira, uma semana depois de ter feito os seus depoimentos, o sul-africano foi obrigado a escutar as declarações realizadas pela promotoria. Que não aliviou. Gerrie Nel acusou o atleta de ter ajustado a mira da arma e conversado com Reeva antes de alvejá-la através da porta do banheiro, desmentido a versão do bi amputado, que garante ter assassinado a sua namorada por engano.

De acordo com Nel, Pistorius sabia quem estava dentro do banheiro quando disparou os quatro tiros. “Estou dizendo que você escutou um barulho e ajustou a mira para acertar Reeva”, afirmou o promotor, diante do sul-africano. “Não escutei ninguém cair no banheiro enquanto disparava”, respondeu o atleta, que disse ter atirado somente depois de ter ouvido um som de madeira vindo do banheiro, de onde acreditava estar saindo um assaltante.

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“Não disparei em Reeva, não tive tempo de pensar no que iria fazer. Não tive a intenção de disparar, foi por reflexo”, acrescentou Pistorius, que ainda caiu no choro em duas oportunidades nesta segunda-feira. A primeira, quando foi obrigado a repetir o que falou antes de fazer o disparo; já a segunda quando o promotor insistiu que o atleta sabia que estava matando a namorada. “Todos os gritos (de Pistorius) foram porque ela estava falando com o senhor e fugia para salvar própria vida”, garantiu Nel, antes de decretar: “O senhor está construindo uma versão tão improvável que ninguém nunca acreditaria”.

Oscar Pistorius vem sendo julgado pelo assassinato da modelo e namorada Reeva Steenkamp. O sul-africano a alvejou em fevereiro do ano passado, mas diz ter se tratado de um engano. Segundo Pistorius, ele acordou nas primeiras horas do dia dos namorados para pegar um ventilador, quando ouviu um barulho vindo do banheiro. Sentindo-se inseguro por estar sem suas próteses, o velocista pegou a pistola 9mm que guardava na cabeceira da cama e atirou quatro vezes através da porta.

Só depois disso, ele percebeu que Reeva não estava na cama e poderia ter sido atingida por engano. Ele, então, colocou as próteses e chamou ajuda para carregar a modelo até a parte inferior da casa, onde ela morreu antes da chegada dos médicos. Segundo os relatos das testemunhas dos primeiros dias de julgamento, foi possível ouvir gritos de uma mulher momentos antes dos disparos, o que contradiz a versão de Pistorius.

O processo foi iniciado no mês passado, com os relatos das testemunhas. Caso seja considerado culpado, o sul-africano pode pegar pena de 15 anos à prisão perpétua, com direito a solicitar liberdade condicional depois de cumprir um quarto do tempo de reclusão. A decisão sobre o futuro do astro paralímpico está marcada para o dia 16 de maio.