Ativista já sai às ruas de São Petersburgo

No primeiro contato com a família, que mora em Porto Alegre, a bióloga confirmou que passou a primeira noite fora da prisão na casa da advogada russa

22 NOV 2013 • POR • 22h39

A bióloga brasileira Ana Paula Maciel já circula pelas ruas de São Petersburgo, na Rússia, dois dias depois de deixar a prisão, mas ainda não sabe o que poderá fazer nos próximos dias e nem quando voltará ao Brasil. Ana Paula esteve em duas cadeias russas, entre 19 de setembro e 20 de novembro, por ter participado de um protesto do Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico. Obteve a liberdade condicional sob pagamento de fiança, custeada pela organização, mas terá de ficar naquele país até o caso ser julgado e não foi informada ainda de quais movimentos poderá fazer.

No primeiro contato com a família, que mora em Porto Alegre, a bióloga confirmou que passou a primeira noite fora da prisão na casa da advogada russa, à espera da libertação de outros companheiros do Greenpeace. Desde quinta-feira, 21, todos os que foram liberados estão em um hotel. A mãe, Rosângela, conta que a ligação foi rápida. "Não deu tempo para ela contar detalhes", revela. "Mas deu para saber que ela está bem e para informar que nós também estamos." Ana Paula recebeu a informação de que a mãe e a sobrinha Alessandra vão vê-la na Rússia nos próximos dias e, segundo a mãe, ficou muito feliz. A data da viagem ainda não está marcada.

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Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora intermediada pelo Greenpeace, a ativista contou que, na nova situação, pode escolher o horário de ver televisão e desligar a lâmpada para dormir quando quiser, o que nem sempre conseguia na prisão. Também mostrou-se disposta, agradecida à assistência da embaixada brasileira e ansiosa pelo reencontro com os familiares.

Mesmo considerando ter vivido um período "difícil", Ana Paula considera que o que está passando valeu a pena por chamar a atenção para a exploração e consumo do petróleo, que estaria provocando o aquecimento global, o derretimento das geleiras e, paradoxalmente, abrindo com isso novas fronteiras para a exploração. Afirmou que não está arrependida e sustentou que a ação do Greenpeace foi pacífica e a reação do governo russo desproporcional. Sugeriu, enfim, que todos façam algo para salvar o Ártico em atitudes muito simples como as de reduzir o uso do automóvel e de embalagens, sobretudo de plástico.