Vivos e mortos, uma relação particular

A forma de lembrar quem já morreu pode mudar, dependendo da cultura de cada local. Independentemente da crença, o Dia de Finados é um dia de lembrança

2 NOV 2013 • POR • 16h43

As relações que cada pessoa tem com um familiar ou amigo morto podem ser bem diferentes uma das outras. A forma de lembrar quem já morreu também pode mudar, dependendo da cultura de cada local. Independentemente da crença, o Dia de Finados é um dia de lembrança.

Entre os ocidentais, velas e flores são usadas para reverenciar os mortos. Na cultura ocidental, frutas com incenso também são usadas, como se pode comprovar em campas de famílias do Oriente instaladas nos cemitérios da Baixada Santista.

Leia Também

Mais Médicos: Baixada Santista recebe profissionais

Alfândega terá visitas com monitoria do ‘Vovô Sabe Tudo’

Sefin alerta contribuintes quanto ao recolhimento ao ISS

Projeto Instrumental Clássico’ leva música erudita ao Guarany

Evento de poesia é apresentado no Aquário

Para Marialva Corrêa dos Santos, que visitava a campa do marido morto, o Dia de Finados é um dia para se pensar no perdão a quem já se foi. Ela não costuma muito ir a cemitério, mas hoje (2) abriu uma exceção.

Já sua amiga Maria Dulce dos Santos Ferreira, que frequenta cemitério não apenas no Dia de Finados, mas em datas que remetem às pessoas que já se foram, a visita é uma forma de lembrar parentes e amigos. Ela levava um buquê à campa do marido, no Cemitério da Filosofia, no Saboó, perto da entrada da Cidade.

Um dos cemitérios com maior procura foi o da Areia Branca, na Zona Noroeste de Santos. Logo na entrada, pelo grande número de barracas, era possível ver que a movimentação era grande, tanto no período da manhã, como no meio da tarde, embora os termômetros marcassem temperatura na casa dos 30°.

O corretor de seguro Jefferson Correia também afirmou que não tinha o hábito de frequentar o cemitério no Dia de Finados. “Para lembrar quem já se foi, qualquer dia é dia. Venho em outros dias do ano”, contou ele, que estava acompanhado de familiares.

No Cemitério da Areia Branca uma das campas mais procuradas era de Onofre Gonçalves, a quem os santistas se acostumaram a reverenciar como Menino Onofre, desde quando ele morreu, na década de 50. A ele são creditadas várias graças e os agradecimentos – em forma de flores, velas e doces – comprovam que a fé dos santistas a ele ultrapassa as gerações.

Flores de plástico

Como disseram os Titãs “as flores de plástico não morrem” e também são mais baratas. Colocá-las junto às lápides custa R$ 2,00, metade do preço de um maço da natural, cotada a R$ 4,00.

A vendedora Beth Moreno, que estava em frente ao Cemitério da Areia Branca, disse que chegou a vender mais de 500 flores de plástico até às 15h30. “Mas vendeu menos do que no ano passado. Cada ano, as vendas parecem ser menores. Quem sabe, no próximo ano, estarei vendendo no Saboó, onde o movimento é melhor”.

Dentro do Areia Branca, grupos de crianças disputavam serviços de limpeza de lápides. O custo variava conforme o aspecto do freguês, de R$ 5,00 a R$ 10,00.