Alunos e guardas municipais de Mongaguá entram em confronto

Prefeitura proíbe torcida após vandalismo durante jogos escolares. Estudantes protestam

27 OUT 2013 • POR • 01h13

Estudantes, menores de idade, acusam a Guarda Municipal de Mongaguá de repressão. A Prefeitura rebate a denúncia e acusa os alunos de vandalismo. O fato é que uma manifestação de quase 200 adolescentes de escolas municipais e estaduais da Cidade acabou em confusão, na última quarta-feira, em frente a um dos ginásios onde ocorre a 22ª edição dos Jogos Escolares.

O campeonato acontece no Município desde o dia 7 de outubro. Na primeira semana dos jogos, segundo a versão dos alunos, uma bomba artificial foi atirada na quadra do Ginásio Arturzão, onde ocorria um dos jogos da disputa. Depois do incidente, a Diretoria Municipal de Esportes decidiu prosseguir com a competição, mantendo os ginásios de portas fechadas ao público.

Leia Também

Região deve apresentar um único projeto em Brasília

Diário do Litoral é homenageado durante conferência

Expansão do VLT até Peruíbe será uma das prioridades

Baixada Santista é confirmada no Pacto da Mobilidade

Corpo de promessa do Corinthians, é encontrado em Mongaguá

Com a determinação, desde o dia 21 de outubro os alunos não conseguem assistir aos jogos. Revoltados, os cerca de 50 estudantes que compõem a União Estudantil de Mongaguá (Uem) mobilizaram um manifesto para protestar contra a medida da Diretoria de Esportes, que reuniu quase 200 adolescentes.

Pedro (nome fictício), de 17 anos, membro da Uem, garante, no entanto, que a bomba artificial não foi atirada por nenhum dos estudantes que acompanhavam o campeonato da arquibancada. “A bomba veio de fora do ginásio e eles (a Prefeitura) culpam os alunos. A torcida não tem nada a ver com isso”, protestou.

Na última quarta-feira, uma manifestação foi armada na porta do ginásio “de forma pacífica”, afirma Pedro. O membro da Uem conta que a Guarda Municipal, prostrada em frente ao portão do equipamento para impedir a entrada dos alunos, se sentiu acuada e utilizou spray de pimenta contra os adolescentes.

“A gente só queria falar com alguém da Prefeitura para ver se liberavam a nossa entrada no ginásio. Queremos acompanhar os jogos, é um direito nosso entrar em um ginásio municipal”, diz Pedro.

A Guarda Municipal acionou a Polícia Militar para conter a manifestação. Cerca de 10 viaturas cercaram o ginásio. Sem conseguir contato com representante nenhum da Administração Municipal, Pedro conta que a manifestação se dissipou.

Prefeitura

A versão da Prefeitura de Mongaguá é outra. Segundo nota enviada pela assessoria de comunicação da Administração, nas duas primeiras semanas do evento foram registrados alguns incidentes causados pelo público presente no Ginásio Arturzão, tais como explosão de fogos de artifício no interior do ginásio e lançamento de garrafas de bebidas alcóolicas na quadra durante alguns jogos.

A Prefeitura alega que a decisão de proibir a entrada de torcida nos ginásios foi tomada para manter a ordem e preservar a segurança dos atletas, especialmente as crianças.

Segundo a versão da Administração Municipal, manifestantes afrontaram a Guarda Municipal querendo invadir o ginásio, quebraram duas janelas na entrada do prédio e danificaram uma viatura da corporação. Além disso, um estudante lançou um objeto contra um guarda municipal, mas acabou atingindo outra aluna, que sofreu um corte no rosto. Ela foi socorrida pela equipe da Diretoria de Esportes e Assessoria da Juventude até o Pronto Socorro Agenor de Campos, onde foi atendida e levou três pontos para fechar o ferimento.

A Polícia Militar foi acionada para conter os manifestantes, afirma em nota. Todos os fatos foram registrados em boletim de ocorrência para, posterior, providências legais.

Os Jogos Escolares de Mongaguá contam, este ano, com a participação de 29 escolas. A competição termina dia 31 de outubro e, de acordo com a Prefeitura, a decisão de manter fechados os ginásios para torcida permanece até o último dia de disputas.