Concerto Sinfônico da Pátria é neste sábado em Cubatão

Apresentação acontece às 20h30, no Bloco Cultural da cidade. O espetáculo também será destaque domingo (15), no Tocando Santos

11 SET 2013 • POR • 12h36

A Banda Sinfônica de Cubatão preparou um repertório requintado para as apresentações deste fim de semana de setembro: sábado será em Cubatão e domingo, em Santos. O programa traz compositores como Wagner, Villa-Lobos, Barnes e Ginastera, com transcrições especiais de algumas obras e um solista convidado: o saxofonista Milton Vito.

No dia 14, o espetáculo intitulado "Concerto da Pátria" acontece a partir das 20h30, no Bloco Cultural de Cubatão (Pça. dos Emancipadores, s/nº), com entrada gratuita. Já no dia 15, o concerto é no Projeto "Tocando Santos" e será realizado às 18h, no Sesc de Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136), com ingressos a preços populares.

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O maestro Marcos Sadao Shirakawa, regente titular da Banda, e Roberto Farias, diretor artístico dos Corpos Estáveis de Cubatão, é quem dividem a regência dos espetáculos. "O maestro Roberto, além de ser o fundador da Banda Sinfônica (criou a então Banda Musical em 1970), é um dos homenageados deste ano no 'Tocando Santos' e, além disso, foi um dos mestres que contribuíram para a carreira musical do Milton Vito", comentou Sadao.

Shirakawa diz também que as peças escolhidas para esta apresentação já são conhecidas pelo público, como "Os Mestres cantores de Nuremberg", de Richard Wagner, com arranjo de Theo Moses Tobani. É, também, uma lembrança aos 150 anos de nascimento do grande compositor alemão.

"For Natalie", de James Barnes, é uma homenagem do artista a uma das filhas que morreu precocemente. Por ser uma peça original para banda sinfônica, constrasta com o restante do programa. A outra composição, "Danzas del Ballet Estancias", de Alberto Ginastera, tem transcrição de Néstor Alderete. São quatro peças com movimentos brilhantes que contam a vida dos camponeses argentinos: Los trabajadores agrícolas, Dansa del Trigo, Los peones de hacienda e Danza Final - Malambo. Essas três músicas contam com a regência de Marcos Sadao.

Villa-Lobos e Roberto Farias

O concerto da Sinfônica de Cubatão também traz uma composição de Farias, "Abertura exótica", criada em 1995 para o Festival de Música Nova de Santos, e estreada pela Sinfônica na época. A música parte de um pensamento filosófico da busca do homem pela sua superação. Vai descrevendo as tentativas de desvendar o mistério do universo e a razão da existência humana.

E há, ainda, "Fantasia para Saxofone Soprano", de Heitor Villa-Lobos, uma obra de 1948. Há vários motivos para essa música ser especial nas noites de apresentação: o diálogo virtuosístico que proporciona entre o saxofonista e o grupo; a presença do solista Milton Vito; e o trabalho de transcrição de João Victor Bota.

"Fantasia" foi dedicada por Villa a um grande saxofonista da época, Marcel Mule. A música divide-se em vários movimentos: diálogo entre o instrumento solo e a banda, sonoridades que lembram a música francesa do início do século XX (especialmente do compositor Claude Debussy) e, ainda, um padrão rítmico baseado em sete tempos, sobre o qual o saxofone constroi melodias de extrema agilidade, com caráter quase improvisatório.

O jovem compositor João Victor Bota transcreveu a peça no início deste ano, sendo que já foi apresentada pela Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí e Sinfônica do Estado de São Paulo. "A ideia de transcrevê-la surgiu a partir da sugestão de Milton Vito, professor de saxofone da Escola de Música do Estado de São Paulo, a Emesp. Achei pertinente a participação dele nas apresentações", comentou João Victor.

Aliás, o saxofonista convidado é filho da terra cubatense. Iniciou os estudos na cidade, na então Banda Musical (que deu origem à Sinfônica). Graduado em Saxofone Erudito e pós-graduado em Artes pela Fundação Lusíadas de Santos, ajudou a fundar o Programa Banda Escola de Cubatão (BEC), no início dos anos 2000. É músico solista da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo desde 1989, e já atuou como convidado na Osesp, na Orquestra de Santos (Festival Música Nova), Santo André e do Theatro Municipal de São Paulo.