Moradores da Área Continental de Santos pedem por um transporte eficiente

Os moradores são obrigados a pagar a tarifa integral, de mais de R$ 10, quando vão de Guarujá a Bertioga

25 MAR 2022 • POR • 07h00
Moradores foram em peso na reunião ocorrida no bairro do Caruara reclamar do transporte público - Divulgação

Além de ser obrigado a pagar cerca de R$ 5,00 (R$ 4,95) por uma passagem de ônibus - o motorista nunca tem troco - o morador da Área Continental de Santos não aguenta mais esperar, por mais de duas horas, um ônibus no ponto.

Essa foi apenas uma das reclamações apontadas na noite da última segunda-feira (21), à Comissão Especial de Vereadores (CEV) e à Comissão Permanente de Transporte, ambas da Câmara, na audiência pública na UME Judoca Ricardo Sampaio, no Caruara, para tratar do deficitário sistema de transporte daquela Região.

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Os moradores gostariam que as linhas atendessem de uma em uma hora ao menos. Relatam que jovens estudantes e trabalhadores que têm que ir para Vicente de Carvalho, por exemplo, são obrigados a esperar no ponto, as cinco horas da manhã pela condução, em um trajeto de apenas 30 minutos, para chegar à escola, que abre às sete da manhã.

Os moradores são obrigados a pagar a tarifa integral, de mais de dez reais, quando utilizam os veículos que vão de Guarujá a Bertioga, e descem em Caruara ou Monte Cabrão e vice-versa, um trajeto pequeno. O mesmo ocorre com ônibus que vão de Cubatão ao Guarujá e vice-versa, e as pessoas descem no Vale do Quilombo. O ideal é que a tarifa seja seccionada, ou seja que paguem metade da passagem.

Representantes da Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) e da BR Mobilidade, empresa responsável pelo transporte municipal da Área Continental, se comprometeram a encaminhar uma resposta o mais breve possível sobre as demandas apresentadas pelos moradores.

PROBLEMA ANTIGO

A situação envolvendo o transporte ineficiente da Área Continental de Santos não é novidade para os leitores do Diário do Litoral. Há seis anos - em 24 de julho de 2017 - foi publicada uma reportagem revelando que um relatório de mais de 70 páginas, repletas de fotografias e lacunas administrativas, do Conselho Municipal da Juventude de Santos, já apontava o problema.

Os conselheiros relataram que muitos jovens tinham dificuldades até para circular entre os bairros da Área Continental seja para ir ao colégio, para trabalhar, entre outras questões. A demanda poderia ser suprida por vans, conforme ocorre nos morros.

"O intermunicipal demora muito e não tem wi-fi e nem ar-condicionado. As passagens são caras e a baldeação é grande, demandando um tempo enorme na locomoção de um município para outro. Não só os jovens, mas todos os moradores reclamam muito desse problema", explicava um dos responsáveis pelo relatório.