Pedágio: Câmara de Itanhaém se reúne com vereadores da região

A medida está prevista no plano de concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista, da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), do Governo do Estado

29 JUL 2021 • POR • 08h15
Participaram os representantes das Câmarasde Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri e Pedro de Toledo - Nayara Martins/DL

A Câmara de Itanhaém promoveu uma reunião, na tarde de quarta-feira (28), com os representantes do Poder Legislativo dos municípios da Baixada Santista, para discutir a cobrança de pedágio no município. A medida está prevista no plano de concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista, da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), do Governo do Estado.

A ideia é elaborar um documento sobre os impactos negativos do pedágio aos municípios da região e encaminhá-lo ao Governo do Estado.

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O presidente da Câmara de Itanhaém, Sílvio de Oliveira (Solidariedade), o Silvinho, afirmou que o objetivo é mostrar aos vereadores que têm que se unir para cobrar informações da Artesp. "Nós representamos a população e temos que mostrar a nossa força ao Governo do Estado que terá que nos ouvir".

Segundo ele, os municípios já pagam um pedágio muito caro no Sistema Anchieta Imigrantes (SAI) e ainda terão que arcar com mais esse pedágio nas cidades de Itanhaém e de Pedro de Toledo, ambos na rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Na sua opinião, a população sofrerá impactos negativos com a cobrança do pedágio. "Um exemplo é que todas as saídas para as rodovias nas marginais vão ser fechadas, conforme o projeto da Artesp. Além de a malha viária do município também não estar preparada para o aumento do fluxo de veículos".

Cita ainda a questão ambiental, "no trecho onde será instalada a praça de pedágio, no km 326, temos uma região de mangue e isso irá afetar diretamente o meio ambiente, e não podemos permitir que isso aconteça", completa.

Silvinho lembra que a medida não chegou a ser discutida com a população, já que a audiência pública que havia sido marcada no dia 23 de outubro de 2019 não foi concluída, devido às manifestações de protesto do público.

O presidente da Câmara de Peruíbe, Rafael Vítor de Souza (MDB), também se posicionou contrário à cobrança do pedágio em Itanhaém.

"O momento não é para se criar mais uma despesa ao cidadão da região metropolitana que trabalha nas cidades da Baixada Santista. Acho que gerar mais esse gasto aos nossos munícipes, nesse período de pandemia, é lamentável. Temos que fazer uma pressão política para isso não aconteça".

Na sua opinião, a cidade de Peruíbe também será afetada de forma negativa. "Um exemplo é que temos funcionários da Câmara de Peruíbe que moram em Itanhaém e transitam todos os dias na rodovia". Cita ainda os ônibus intermunicipais que terão um acréscimo no valor da passagem aos passageiros.

A Câmara de Itanhaém entrou com uma representação no último dia 23, no Ministério Público, pra solicitar informações sobre o processo de concessão da rodovia. E também solicitou uma audiência ao presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Participaram os representantes das Câmaras dos municípios de Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri e Pedro de Toledo. E ainda os secretários municipais de Trânsito e Segurança, Milton Saldiba e o de Obras e Desenvolvimento Urbano, Vinícius Camba, de Itanhaém.

O Diário do Litoral já havia publicado reportagem sobre os vereadores de Itanhaém que não conseguem marcar uma reunião com a Artesp para ter informações sobre o pedágio, no dia 5 deste mês.

Na reportagem, a Artesp informou que o processo de concessão do Lote Litoral Paulista foi lançado no dia 14 de maio. Mas que o processo licitatório ainda está em fase inicial, e não há definição sobre a concessionária responsável pela rodovia Padre Manoel da Nóbrega e nem sobre o valor e a data de início de cobrança dos pedágios nas estradas do lote Rodovias do Litoral.