Educação

Por que os pais estão preferindo mostrar desenho animado dos anos 90 para os filhos?

Pais resgatam clássicos da infância para proteger filhos do excesso de estímulos e favorecer desenvolvimento saudável às crianças

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 19/09/2025 às 16:29

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Desenhos clássicos ofereciam um ritmo mais cadenciado, cores suaves, músicas tranquilas e roteiros simples / Reprodução

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Nos últimos meses, um fenômeno curioso tem ganhado força entre famílias: o retorno aos desenhos antigos que marcaram gerações nos anos 80, 90 e início dos anos 2000.

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Para muitos pais, essa não é apenas uma questão de nostalgia, mas uma decisão consciente de proteger a saúde e o desenvolvimento infantil em meio ao excesso de estímulos oferecidos por produções modernas.

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A ciência reforça essa tendência. Pesquisas indicam que muitos desenhos feitos para YouTube e streaming, como CoComelon, Baby Shark e Super JoJo, podem prejudicar a atenção, o sono, a capacidade de autorregulação e até o desenvolvimento da linguagem das crianças.

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O problema está no ritmo acelerado, nas cores intensas, nos sons incessantes e na ausência de pausas, fatores que sobrecarregam o cérebro infantil e dificultam a consolidação da memória e da imaginação.

Por outro lado, os desenhos clássicos, como Doug Funnie, Os Anjinhos, Turma da Mônica, Scooby-Doo, Tintim, Ursinhos Carinhosos e Cavalo de Fogo, ofereciam um ritmo mais cadenciado, cores suaves, músicas tranquilas e roteiros simples. Relembre alguns deles:

Cavalo de Fogo (Reprodução)
Cavalo de Fogo (Reprodução)
Ursinhos Carinhosos (Reprodução)
Ursinhos Carinhosos (Reprodução)
As Aventuras de Tintim (Reprodução)
As Aventuras de Tintim (Reprodução)
Scooby Doo (Reprodução)
Scooby Doo (Reprodução)
Turma da Mônica (Reprodução)
Turma da Mônica (Reprodução)
Os Anjinhos (Reprodução)
Os Anjinhos (Reprodução)
Doug Funnie (Reprodução)
Doug Funnie (Reprodução)

Essa abordagem permitia que as crianças processassem informações, desenvolvessem atenção sustentada e explorassem sua criatividade.

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Diferentemente dos conteúdos modernos, os personagens falavam de forma compreensível, e as pausas naturais na narrativa davam espaço para que os pequenos assimilassem e imaginassem.

Especialistas concordam. A American Academy of Pediatrics (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alertam que o excesso de estímulos prejudica o desenvolvimento cognitivo e emocional, reduzindo a capacidade de concentração e aumentando a irritabilidade.

Pesquisas publicadas no periódico Frontiers in Psychology mostram que conteúdos acelerados e superestimulantes afetam áreas cerebrais ligadas à atenção e ao comportamento, enquanto reportagens da Forbes destacam que programas como CoComelon podem dificultar o desenvolvimento crítico do cérebro infantil.

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Na prática, pais relatam mudanças claras no comportamento de seus filhos. Crianças expostas a conteúdos modernos tendem a apresentar agitação excessiva, dificuldade de concentração em brincadeiras simples, menor paciência, impulsividade e até alterações no sono.

Por outro lado, ao retornar a desenhos clássicos, os pequenos mostram mais calma, criatividade, interesse por atividades reais, capacidade de brincar sozinhos e melhora na qualidade do sono.

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Esse resgate dos clássicos não é apenas uma escolha individual, mas um movimento crescente, impulsionado por mães e pais que compartilham experiências em redes sociais e grupos de discussão.

O objetivo é oferecer conteúdos que respeitem o ritmo do cérebro infantil, com cores suaves, narrativas pausadas e personagens que estimulam a linguagem e a imaginação.

Mais do que nostalgia, o retorno aos desenhos antigos é uma estratégia baseada em ciência e cuidado.

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Em um mundo acelerado e saturado de estímulos, a infância precisa de calma, espaço e imaginação, e a televisão ou as telas digitais podem ser aliadas ou inimigas dependendo do conteúdo escolhido.

Para muitos pais, os clássicos voltaram a ser sinônimo de saúde emocional, desenvolvimento cognitivo e proteção infantil.
 

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