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Bento 16 pede perdão por abusos na igreja após relatório apontar omissão

A publicação focou no acobertamento de casos de abusos na arquidiocese entre 1945 e 2019, prática que foi considerada sistemática pelos autores -segundo eles, com o intuito de "proteger a instituição" que é a Igreja Católica Romana

Folhapress

Publicado em 08/02/2022 às 14:10

Atualizado em 08/02/2022 às 14:16

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Outros arcebispos que passaram por Munique e Freising -incluindo o atual, cardeal Reinhard Marx- também foram apontados como omissos e negligentes pelo relatório / Vaticano/Divulgação

O papa emérito Bento 16 pediu perdão às vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes da Igreja Católica Romana, após um relatório independente apontar negligência dele ao se defrontar com suspeitas envolvendo a arquidiocese que ele comandava.

"Posso apenas expressar a todas as vítimas de abusos sexuais a minha profunda vergonha, a minha grande dor e o meu sincero pedido de perdão", disse em carta escrita no último domingo (6) e publicada nesta terça-feira (8) pela imprensa oficial do Vaticano.

Enquanto cardeal Joseph Ratzinger, Bento 16 foi arcebispo de Munique e Freising, na Alemanha, entre 1977 e 1982. Segundo o relatório publicado no mês passado, o papa emérito se omitiu em quatro casos de abuso na divisão da igreja.

Segundo o advogado Martin Pusch, que apresentou o relatório, dois dos quatro casos se referiam a "abusos cometidos durante" o mandato do papa emérito e "sancionados pelo Estado" - ou seja: a Justiça chegou a reconhecer a prática de crimes contra menores.

Porém, "em ambos os casos, os perpetradores permaneceram ativos" na igreja, apontou. O relatório também indicou a participação de Bento 16 em uma reunião em que o tema foi discutido, sem que nada contra os abusos fosse feito posteriormente.

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Outros arcebispos que passaram por Munique e Freising -incluindo o atual, cardeal Reinhard Marx- também foram apontados como omissos e negligentes pelo relatório.

A publicação focou no acobertamento de casos de abusos na arquidiocese entre 1945 e 2019, prática que foi considerada sistemática pelos autores -segundo eles, com o intuito de "proteger a instituição" que é a Igreja Católica Romana.

Na carta, Bento 16 confessou se sentir culpado pelos abusos cometidos por sacerdotes, dizendo carregar uma "tão grande culpa", e pediu perdão não só às vítimas, como a Deus.

"Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica", disse o papa emérito na carta. Mas "tanto maior é a minha dor pelos abusos e os erros que se verificaram durante o tempo do meu mandato nos respetivos lugares".

"Cada caso de abuso sexual é terrível e irreparável. Para as vítimas de abusos sexuais, vai a minha profunda compaixão e lamento cada um dos casos", prosseguiu.

Finalizando a carta, Bento 16 disse que pode "apenas rezar ao Senhor, pedindo a todos os anjos e santos e a vós, queridas irmãs e irmãos, que rogueis por mim".

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