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De saída, OSCIP AMA Brasil terá de arcar com prejuízo na gestão do Museu Pelé

Local será administrado pelo Santos FC. Prefeitura não terá de arcar com custos para rescindir o vínculo com a empresa, segundo o secretário municipal de Gestão, Fábio Ferraz

Publicado em 17/11/2015 às 01:13

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O Museu Pelé está prestes a passar por uma reformulação administrativa após pouco mais de um ano e cinco meses de sua inauguração. Vivendo uma grave crise financeira, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) AMA Brasil deixará de gerir o local, que passará a ser administrado pelo Santos Futebol Clube. E segundo o secretário municipal de Gestão, Fábio Ferraz, a Prefeitura não terá de arcar com custos para rescindir o vínculo com a empresa que deixará de gerir o museu do maior jogador de futebol de todos os tempos, que teve um investimento de R$ 50 milhões dos governos Estadual, Federal e da iniciativa privada.

“Nesse caso, nós estamos caminhando para uma rescisão amigável. O contrato, sim, ele possibilitaria qualquer tipo de multa, ressarcimento de prejuízos, mas, não. Não é isso que se encaminha. É uma conciliação amigável. A AMA tem interesse também de estar se retirando desse processo. Então, não creio que isso tenha algum problema”, afirmou o secretário.

Ferraz também esclareceu que, apesar da AMA Brasil estar saindo de cena, os prejuízos do Museu Pelé até então ou qualquer dívida que o equipamento possua seguirão de responsabilidade da empresa.

“Os problemas jurídicos e financeiros da AMA Brasil continuam sendo da AMA Brasil. Então, a gente faz um ‘momento zero’. Daqui para frente temos uma nova linha de início. O que ficou para trás é 100% responsabilidade do gestor do equipamento, no caso, a OSCIP AMA Brasil”, explicou.

O Museu Pelé foi inaugurado dia 15 de junho de 2014, três dias após a abertura da Copa do Mundo disputada no Brasil, e até hoje nunca correspondeu às expectativas. O acervo de Edson Arantes do Nascimento não tem levado o público esperado à região central de Santos e, antes mesmo de completar um ano de funcionamento, o Museu Pelé já apresentava deficit de pouco mais de R$ 70 mil por mês.

“O Museu Pelé é um prédio público municipal. Hoje nós temos um contrato de gestão com a AMA Brasil. Hoje, do ponto de vista jurídico, a prefeitura não tem condições de fazer nenhum tipo de aporte ou auxílio no museu, porque o museu está sob gestão da OSCIP. Com a rescisão, automaticamente, o museu volta a ser um prédio público, municipal. A Prefeitura, ai sim, pode absorver alguns custeios, como até prover melhorias, participar da manutenção, conservação do prédio”, completou Ferraz.

Museu será administrado pelo Santos Futebol Clube (Foto: Matheus Tagé/DL)

Peixe na jogada

No fim da tarde desta segunda, o secretário se reuniu com os representantes do clube alvinegro e alinhou o acordo, que deve ser sacramentado ainda esta semana.

“Nós tivemos mais uma boa reunião. Entre Prefeitura e Santos está praticamente alinhado. Mas, agora, temos outras partes envolvidas. O Pelé é representado por uma empresa, a Legend 10. Já dialogamos com essa empresa e agora o pessoal do Santos fará uma reunião com o pessoal da Legenda 10 para alinhar tudo o que está sendo colocado aqui”, explicou.

Depois de aproximadamente três meses de negociações, Modesto Roma Júnior, presidente do Peixe, admite que a parceria deve ser selada até sexta-feira, ou no máximo na semana que vem, por causa da parte burocrática. Mas o mandatário garante que o clube não colocará dinheiro no museu do maior jogador da história.

“O Santos não vai assumir dívida de ninguém. O Santos já tem as suas para cuidar. Não vamos colocar dinheiro. O Santos foi procurado e vai colaborar com seu pessoal e sua experiência”, comentou Modesto.

Clube pelo qual Pelé construiu sua inigualável história no esporte, o Santos garante que está entrando no negócio pela imagem de seu maior ídolo. Modesto e sua cúpula entendem que o fracasso do Museu Pelé não seria benéfico para nenhuma das duas partes. O eterno camisa 10 também viu com bons olhos a entrada do Peixe na parceria.

Assim como a AMA Brasil, o Santos, além de cuidar de todo o do planejamento e eventos no local, também vai gerir a receita que entra e sai do empreendimento. Outro fator ainda pendente é a transferência de direitos de parte do acervo de Pelé, que o clube passará a deter no lugar da AMA Brasil.

“Tudo está muito bem encaminhado. Sinceramente, eu creio que nos próximos dias a gente tenha avanços concretos”, encerrou Ferraz.

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