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Corinthians estreia arena com bênção de padre, superstição e “torcida”

Os primeiros a aparecer no gramado foram os integrantes da comissão técnica do Corinthians, chefiados por Mano Menezes

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 15/03/2014 às 14:05

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Os jogadores do Corinthians pisaram pela primeira vez no gramado do estádio que está sendo construído em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, pouco após as 9 horas (de Brasília) deste sábado. Muitos se mostraram supersticiosos. Desaceleraram as suas passadas para entrar em campo com o pé direito.

Os primeiros a aparecer no gramado foram os integrantes da comissão técnica do Corinthians, chefiados por Mano Menezes. Logo atrás, estava o veterano meia Danilo, com ar de seriedade no rosto. Sua feição contrastava com a euforia de centenas de operários que já se posicionavam nas arquibancadas àquela altura, acompanhando o hino do clube, executado pelo sistema de som da arena.

Não foi só o Corinthians que subiu no gramado. Sorridente, o padre Rosalvino, da Diocese de Itaquera, dirigiu-se até o meio-campo, onde estavam Mano e os seus jogadores. Ali, ele rezou e benzeu o time, que uniu as mãos e formou um círculo para ouvir a prece inaugural.

Passada a oração, ainda não era tempo de treinar. Muitos jogadores, como o empolgado goleiro reserva Julio Cesar, pegaram seus telefones celulares para registrar em fotos a visita à nova arena. Em seguida, eles se juntaram e fizeram pose para uma imagem oficial no centro do campo.

Quando o sistema de som do estádio silenciou, findando o protocolo festivo, era hora de trabalhar. Afinal, o Corinthians enfrentará o Penapolense na tarde deste domingo, fora de casa, em jogo decisivo para a pretensão de obter a segunda vaga do grupo B às quartas de final do Campeonato Paulista. A primeira já é do Botafogo-SP.

O animado Julio Cesar se adiantou para se posicionar diante das traves, instaladas um dia antes, para o treinamento isolado dos goleiros. O preparador Mauri Costa Lima, quase na risca da pequena área, começou o exercício com chutes sem muita força. O segundo a trabalhar foi mais um prata da cada, Danilo Fernandes.

O treinamento foi o primeiro em Itaquera e o último antes da partida decisiva contra o Penapolense (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Na metade do campo, as brincadeiras resistiam. Os jogadores de linha do Corinthians formaram um círculo para disputar o tradicional “bobinho”, que teve o atacante Luciano, o volante Ralf e o zagueiro Cleber como primeiras vítimas em Itaquera. O lateral direito Fagner logo perdeu a bola, ao receber um passe curto do meia Jadson e reclamar.

Mano observou a movimentação de seus jogadores com um pé sobre uma bola, tranquilo, em boa parte do tempo com companhia. Mestre de cerimônias do treinamento e encarregado de gerenciar as obras da arena, o ex-presidente Andrés Sanchez conversou demoradamente com o treinador, além de ter discursado para o grupo de atletas.

No momento em que Sanchez já voltava a andar de um lado a outro, quase sempre com um cigarro entre os dedos, os jogadores do Corinthians deram sequência ao aquecimento com piques curtos, supervisionados pelo preparador físico Eduardo Silva, o Dudu.

Com o time aquecido, deu-se início o rachão. Os gols foram improvisados com cones. Era aquele o instante mais aguardado pelos operários da arena. “Vai, Corinthians!”, gritou um deles, enquanto era possível escutar outros coros de incentivo ecoarem da parte externa do estádio.

Como a torcida comum estava impedida de assistir ao treinamento – já que a arena continua em ritmo acelerado de obras para receber o primeiro jogo da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia –, os operários se encarregaram de dar um ambiente de jogo oficial à atividade. Jadson, por exemplo, foi bastante festejado ao fazer um gol com uma conclusão rasteira e no canto. Ele também comemorou efusivamente, abraçando Julio Cesar, Luciano e o meia Renato Augusto.

Já o zagueiro Gil sofreu com os corintianos mais exigentes da torcida improvisada. Ele ouviu vaias e provocações ao permitir que a bola passasse entre suas pernas no setor defensivo. Nada que abalasse o clima de festa criado. Ao contrário. Os operários até fizeram o movimento de “ola” quando o treino recreativo já deixava de ser interessante.

Ao final da movimentação, os jogadores retribuíram o carinho dos presentes com aplausos, além de chutar algumas bolas para quem estava nas arquibancadas. E o hino do Corinthians voltou a soar dentro da casa do clube de Itaquera.

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