Esportes

Brasil exige punição ao Real Garcilaso por racismo contra Tinga

A presidente Dilma Rousseff classificou o episódio como "lamentável" e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, telefonou para o presidente da Conmebol exigindo providências

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 13/02/2014 às 21:11

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O governo brasileiro exige da Conmebol uma punição dura e rápida ao Real Garcilaso, do Peru, pela atitude racista de sua torcida contra o volante Tinga, do Cruzeiro, no jogo da última quarta-feira entre as equipes pela Copa Libertadores. A presidente Dilma Rousseff classificou o episódio como "lamentável" e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, telefonou para o presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, exigindo providências para combater "atitudes preconceituosas e racistas".

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Dilma se manifestou pelo Twitter. "Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem (quarta), no Peru. Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças. Por isso hoje o Brasil inteiro está fechado com Tinga", disse a presidente. "Acertei com a ONU e a Fifa que a nossa ‘Copa Das Copas’ também será a ‘Copa Contra o Racismo’. Porque o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito".

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também pressionou a entidade sul-americana. A CBF, em tom mais ameno, "repudiou o ato de racismo" contra Tinga, mas não pediu diretamente qualquer tipo de providência. Pelo regulamento disciplinar da Conmebol, o Real Garcilaso está sujeito a penas que vão de multa de U$$ 3 mil a exclusão da Libertadores, passando por perda de mando de campo.

Apesar da pressão, a Conmebol não havia tomado, até as 19 horas desta quinta, nenhuma atitude sobre o caso. A alegação é que se fazia necessário esperar que o árbitro venezuelano José Argote e o delegado da partida entregassem seus relatórios - o prazo pelo regulamento é de 24 horas após o fim do jogo.

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No início da manhã, por meio do Twitter, a entidade disse que vai estudar "possíveis sanções". "Sobre o tema de racismo em Real Garcilaso e Cruzeiro, a Confederação Sul-Americana analisará o tema e possíveis sanções pertinentes. Pedimos tranquilidade aos torcedores do Cruzeiro. Sabemos que é repudiante", postou.

Tinga foi vítima de racismo pela torcida do Real Garcilaso  (Foto: Divulgação/Cruzeiro EC)

No entanto, a punição ao time peruano deve ser dura. Essa possibilidade foi amplamente discutida nesta quinta na sede da Conmebol, em Assunção, segundo informou um dirigente que presenciou várias conversas. A pressão do governo brasileiro e, sobretudo, a da Fifa levam a entidade a se inclinar pelo endurecimento. Caberá à comissão disciplinar da entidade a decisão sobre o caso. Nesta sexta a Conmebol deverá se pronunciar.

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Pulso firme

Aldo Rebelo, na conversa com o presidente da Conmebol, pediu providências severas. "No ano em que o mundo inteiro se une para disseminar uma mensagem contra o preconceito durante a Copa do Mundo do Brasil, é inconcebível o comportamento que vimos em Huancayo", disse depois o ministro, por nota. "Tinga tem todo o nosso apoio na luta contra o racismo, que, esperamos, será combatido com firmeza pela Conmebol".

Blatter também foi duro. Cobrou atitude "séria" por parte da Conmebol e reiterou que o futebol precisa dizer um "basta" à discriminação. "O Congresso da Fifa aprovou esta resolução contra discriminação. Futebol deve mostrar falar sério quando diz ‘basta’", alertou.

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A Federação Mineira de Futebol (FMF) também pediu punição por meio de nota. E o governo de Minas Gerais, através do governador Antonio Anastassia, definiu o episódio como "abominável".

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