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Economia

Diretor do BC diz que consumidor já sente sinais de melhoria na economia

Carlos Viana de Carvalho acrescentou que as notícias sobre o mercado de trabalho também são melhores

Agência Brasil

Publicado em 21/09/2017 às 19:30

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Carlos Viana de Carvalho disse que há melhora no poder de compra da população / Beto Nociti/Banco Central

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana de Carvalho, considera que a população já começa a ver sinais de melhora na economia brasileira. Ao apresentar hoje (21), em Brasília, o Relatório Trimestral de Inflação, ele destacou a melhora no poder de compra. “Algo que as pessoas sentem no bolso quando saem para fazer compras no supermercado; [elas] sentem que o salário está com poder de compra melhor”, disse.

Acrescentou que as notícias sobre o mercado de trabalho também são melhores. “O dia a dia vai mostrar essa melhoria da economia permeando a vida das pessoas”, opinou. Ele também citou que o crédito para pessoas físicas já dá sinais de melhora, com redução do spread (diferença entre taxa de captação de dinheiro e a cobrada dos clientes nos empréstimos).

No Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central revisou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 0,5% para 0,7% este ano. A estimativa para 2018 é de um crescimento maior da economia: 2,2%.

Sobre a redução do ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, e encerramento gradual do ciclo já anunciado pelo BC, Viana disse que essa estratégia é condicional, ou seja, depende da “evolução da conjuntura econômica e dos fatores de risco”.

No balanço de riscos, o diretor destacou como mais relevantes os preços de alimentos e de componentes industriais muito abaixo do esperado e a “frustração” de reformas, como a da Previdência. “A gente segue comunicando a importância do fiscal, especialmente através da percepção de perspectivas para trajetória das contas públicas para prazos mais longos”, disse.

Descumprimento de meta

Carlos Viana de Carvalho disse ainda que, se a meta de inflação ficar abaixo do limite mínimo de 3%, o BC justificará o descumprimento “com serenidade”. Quando a meta de inflação não é cumprida, o BC tem fazer uma carta apontando os motivos para o descumprimento.

A projeção do BC para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 3,2% este ano. Segundo o Relatório de Inflação, o risco de a inflação ficar abaixo do limite inferior da meta é de 36%. A meta tem centro de 4,5% e limite superior de 6%.

China

Sobre o rebaixamento da nota de classificação de risco (rating soberano) da China pela agência S&P de AA- para A+, Viana disse que é uma país “muito relevante” para a economia brasileira. “Como qualquer novo desenvolvimento econômico, precisa ir analisando ao longo tempo para ver como isso impacta o cenário”.

Contas externas

No relatório, o BC revisou a projeção para o déficit em transações correntes (as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo) de US$ 24 bilhões para US$ 16 bilhões (0,8% do PIB) este ano. Para 2018, é prevista “elevação moderada” do déficit em conta corrente para 1,4% do PIB.

“A redução do déficit deste ano, em boa medida, é explicada por um desempenho melhor da balança comercial. Para o ano que vem, o cenário é consistente com a ideia de retomada da atividade economia. Nesse ambiente de retomada, é de se esperar que o superávit comercial se reduza um pouco”, disse Viana.

A projeção para os Investimentos Diretos no País (IDP), recursos que vão para o setor produtivo, foi mantida em US$ 75 bilhões (3,6% do PIB), em 2017. O BC destacou que esse valor é “mais do que suficiente para o financiamento integral do déficit previsto para transações correntes”. Para 2018, a projeção para o IDP é US$ 80 bilhões.

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