De acordo com Samantha, criar espaços para a pausa é fundamental para reduzir o estresse / Freepik/ansiia
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Em meio a uma rotina acelerada, onde a produtividade é exaltada e o descanso muitas vezes visto como desperdício de tempo, reservar um dia de “preguiça” por semana pode ser mais benéfico do que parece.
Pensando nisso, a Reportagem procurou a psicóloga Samantha Martin Negrini para explicar como o descanso pode melhorar a nossa vida.
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De acordo com Samantha, criar espaços para a pausa é fundamental para reduzir o estresse, controlar a pressão arterial e melhorar o humor.
A profissional explica que o termo “preguiça” carrega um peso cultural negativo, mas que precisa ser ressignificado. “A gente cresceu ouvindo que ser preguiçoso era um defeito. Mas a pausa é necessária. Não é apenas recomendada, é essencial para a saúde mental, emocional e até física”, afirma.
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Para ela, esses momentos de descanso não precisam ser preenchidos com atividades como séries, leituras ou cursos. “A ideia é justamente dar espaço ao vazio, ao silêncio, ao não fazer nada – e isso pode ser transformador”, completa.
Samantha defende que a sociedade contemporânea vive em uma lógica do excesso: excesso de trabalho, de compromissos, de telas e de cobranças.
“Estamos esgotados. Em 99% das sessões que atendo, o paciente começa dizendo que está cansado. As pessoas estão desistindo de coisas importantes na vida por puro cansaço”, relata.
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A psicóloga alerta que mesmo o lazer tem sido capturado por uma lógica produtiva, em que tudo precisa gerar algum tipo de resultado.
“Quando a pausa vira mais uma obrigação – como o ‘tempo do skincare’ ou o ‘minuto da meditação’ – ela perde sua função. A verdadeira pausa não tem regra, não tem roteiro. É um tempo de escuta interna.”
Ela reforça que o descanso genuíno pode ser um banho mais demorado, um passeio no parque, um carinho no animal de estimação ou simplesmente observar o céu.
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“É nesse espaço de pausa que conseguimos reorganizar pensamentos, emoções, o corpo e o espírito. É quando damos um passo atrás para recalcular a rota, avaliar para onde queremos ir”, diz.
Além dos impactos emocionais, o “dia da preguiça” tem efeitos fisiológicos. Um sono mais profundo, por exemplo, só é possível quando o corpo desacelera.
Confira aqui algumas dicas para dormir bem.
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A respiração também se ajusta, o ritmo cardíaco se regula e o sistema nervoso se reequilibra. “Não é um luxo, é uma necessidade humana básica”, conclui Samantha.
A proposta é simples: incluir um momento – seja um dia, uma hora ou alguns minutos – em que não há metas nem obrigações. Só presença. Um ato de autocuidado e resistência em uma era onde parar parece ser proibido.