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Saiba tudo sobre os investigados do Litoral detidos pelo Gaeco

Em entrevista coletiva, Ministério Público de São Paulo explicou a relação dos investigados com o esquema ligado ao PCC

Luana Fernandes

Publicado em 18/04/2024 às 08:53

Atualizado em 18/04/2024 às 08:55

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Ricardo Queixão, Áureo Tupinambá e Fabiana de Abreu foram presos pelo Gaeco / Reprodução

A Operação Muditia, comandada pelo Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Militar, movimentou várias cidades de São Paulo na última terça-feira (16). Na Baixada Santista, as ações ocorreram em Cubatão, Santos e Praia Grande e resultaram na prisão de três pessoas: vereador Ricardo Queixão (PSD), advogado Aureo Tupinamba e a servidora pública Fabiana de Abreu Silva.

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Mas, o que eles têm em comum? Todos são politicamente conhecidos em Cubatão, cidade onde trabalham. Por isso, para o entendimento da relação dos investigados com a Operação do Gaeco, a reportagem do Diário do Litoral traz detalhes dos três detidos na Região.

Confira quem são os três investigados presos pelo Gaeco na Baixada Santista:

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Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho

Advogado criminalista e diretor da Câmara Municipal de Cubatão, Tupinambá é também defensor do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) André de Oliveira Macedo, o André do Rap.

O advogado é especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal. Dono do próprio escritório de advocacia, localizado na Baixada Santista, Áureo defende André do Rap desde 2020.

Apesar de ter cerca de 14 anos de advocacia criminal, seu nome começou a circular nacionalmente quando o inquérito contra André do Rap foi trancado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em abril do ano passado.

Em Cubatão, Áureo é uma figura conhecida, já que sempre foi aliado a ala política da Cidade. Em documentos de 2022 e 2023 da Câmara Municipal de Cubatão, Tupinambá aparece como diretor-secretário no Legislativo municipal.

Em suas redes sociais, o advogado exibe a vida de luxo, além dos feitos como advogado e como servidor legislativo. Em sua última postagem antes de ser preso, Áureo mostra que é palestrante confirmado no IX Congresso Brasileiro de Direito Penal, que acontecerá em maio, em Fortaleza.

Em seu perfil pessoal no Instagram, que reúne 8,5 mil seguidores, o advogado posta conteúdos relacionados à advocacia e ao seu exercício na Câmara Municipal, além de mostrar viagens internacionais e bens, como uma foto de um Porsche com a legenda "não basta sonhar, trabalhe".

Ricardo de Oliveira, o Ricardo Queixão

Vereador da Câmara em terceiro mandato, Ricardo Queixão já trabalhou como motorista e operador de empilhadeira. Natural de Guaçuri (ES) e registrado em Itaboraí (RJ), o parlamentar tem 40 anos e foi eleito pela primeira vez por conta de seu trabalho na Associação Cidade de Madeira, escola de samba da Vila dos Pescadores, bairro onde morava em Cubatão.

Ricardo Queixão foi eleito em 2012 com 2.099 votos, pela coligação PRB/PMDB/PSDC. Em 2016, foi o terceiro vereador mais votado com 1.967 votos pela coligação PDT/PSD/PROS. Já em 2020, ainda pelo PDT, o vereador recebeu 1.031 votos nas eleições. Em 2022, o parlamentar atuou como presidente do Legislativo. Em março deste ano, ele se filiou ao PSD

Em suas redes sociais, Queixão - que faz parte da bancada da situação - mostra seus feitos como vereador e os primeiros passos para a campanha eleitoral deste ano, onde já é pré-candidato ao quarto mandato no Legislativo.

Fabiana de Abreu Silva, conhecida como Fabiana Halls

Ligada ao PSDB, Fabiana de Abreu Silva era a atual secretária-adjunta de Governo da Prefeitura de Cubatão, pasta que existe para coordenar as relações institucionais entre o Poder Executivo e os demais Poderes Públicos da Cidade. 
Anteriormente, a servidora ocupou o cargo de confiança de assessora especial de Políticas Estratégicas. Nesta terça-feira, a Administração Municipal exonerou Fabiana do cargo.

Relação com o esquema

Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Yuri Fisberg, Flavia Flores e Frederico Silveira concederam, ao lado do coronel da Polícia Militar Emerson Massera, entrevista coletiva para pormenorizar a Operação Munditia, deflagrada nesta terça-feira (16). As diligências miraram em um esquema de fraudes em licitações perpetradas por integrantes da facção criminosa conhecida como PCC junto a prefeituras e Câmaras Municipais. 

Segundo o apurado, as empresas envolvidas simulavam concorrência com outras pessoas jurídicas, que atuavam em parceria ou integravam um mesmo grupo econômico, para obter contratos públicos voltados a serviços de facilities, notadamente os de mão de obra para limpeza e postos de fiscalização e controle. Só nos últimos cinco anos, o grupo firmou contratos que chegam a R$ 200 milhões. 

Segundo Massera, a operação teve início com o monitoramento de áudios de integrantes do PCC, levando à identificação de um conluio liderado por pessoas ligadas à organização criminosa. "A partir daí verificamos a participação de funcionários públicos e vereadores que direcionavam licitações por meio do controle de empresas. Nossa parceria com o MPSP tem trazido ótimos resultados na desarticulação do crime organizado", disse.

Fisberg afirmou que a Munditia tinha 15 alvos de mandados de prisão cautelar, sendo que 13 deles já foram cumpridos, inclusive contra três vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral. 

O Ministério Público de São Paulo atribuiu a Ricardo Queixão a cobrança de pagamentos pelo grupo de um dos investigados, Vagner Borges Dias, dono de várias empresas envolvidas no esquema, declarada na razão dos contratos firmados pelo Legislativo da cidade com empresas investigadas.

O cantor de pagode Vagner Borges Dias, conhecido como 'Latrell Brito', está entre os presos na Operação Munditia por suspeita de envolvimento em esquema que fraudava licitações de contratos públicos ligado ao PCC. 

Latrell é apontado como principal articulador do esquema que fraudava licitações de contratos públicos em diversas cidades de São Paulo, atendendo ao PCC. Ao menos sete empresas investigadas estão ligadas ao cantor.

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