O famoso e temido Castelo dos Horrores era uma das atrações clássicas do Playcenter / Jeferson Marques/Diário do Litoral
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Era impossível passar pela Marginal Tietê e não ver, ao longe, a roda-gigante girando. O coração acelerava só de lembrar que ali estava o Playcenter — o parque de diversões que fez parte da infância e da juventude de milhões de brasileiros, que hoje experimentam da saudade de algo que nunca mais vai voltar.
Em 29 de julho de 2012 acontecia o que ninguém poderia imaginar: o mundo dos sonhos e da fantasia fechava as suas portas em definitivo após 39 anos de funcionamento. O Brasil ficava órfão de seu melhor e mais nostálgico parque de diversões.
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O Playcenter não foi o maior parque que o Brasil já teve, mas foi o melhor, e ninguém tira esse título dele.
Com o devido respeito, o Playcenter tinha uma alma própria e uma aura tão gostosa que o fazia único no coração das pessoas. Ele não era apenas um parque: era o lugar dos aniversários inesquecíveis, das excursões da escola, dos primeiros beijos escondidos entre os brinquedos e do frio na barriga que vinha junto com a felicidade.
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Era impossível não sentir um frio na barriga arrebatador no Turbo Drop, ou aquela sensação de estar voando no Evolution, ou, ainda, o frio na espinha de encarar o temido Castelo dos Horrores. Sem falar das atrações clássicas como a Casa Maluca, o Teleférico, A Casa do Monstro, a Boomerang, a Maria Fumaça dentre outras.
Falar do Playcenter e não falar das icônicas Noites do Terror é como não temperar a salada.
O evento de terror mais cobiçado da América Latina acontecia nos meses de agosto, setembro e outubro, sempre ao cair da noite, onde o parque se transformava em um divertido jogo de gato e rato entre visitantes e atores vestidos de monstros.
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Com uma temática diferente a cada ano, era impossível não levar algum susto andando pelo parque após às 18h ou encarando os túneis repletos de criaturas das trevas. E no palco principal, onde aconteciam os shows de abertura e encerramento do evento, todas as noites, a animação de um mestre de cerimônias gigante em carisma, empolgação e profissionalismo: Nilldo Jaffer.
Jaffer era a alma do pré-evento, agitando o público enquanto a hora da abertura se aproximava, e causando um verdadeiro frisson quando anunciava: "O Playcenter, orgulhosamente apresenta, Noites do Terror", fazendo a contagem regressiva até que os atores assumissem o palco para a encenação da história.
Quando o parque anunciou o fechamento para “reformulação”, ninguém imaginava que seria um adeus definitivo. Verdade é que o parque foi engolido pela ganância imobiliária, que queria o seu terreno a todo custo, terreno esse que era alugado. E mudar um parque de diversões de lugar não é como uma mudança doméstica.
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Prometendo voltar, fato é que o Playcenter nunca mais voltou. E nem vai. Nem mesmo o Playcenter Family, parque de diversões indoor do Grupo, que hoje pertence à Cacau Show, não consegue suprir a falta que o original faz.
Treze anos depois, a memória do Playcenter segue viva em álbuns de família, vídeos antigos no YouTube e nas conversas nostálgicas de quem teve a sorte de viver aquela magia.
Playcenter: está no seu sorriso e para sempre no seu coração.
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