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Cotidiano

Vereador critica garantias dadas pela VLI: ‘Para inglês ver’

Presidente da CEV que trata do tema, Fabrício Cardoso diz que empresa apresentou teorias, mas que não ofereceu garantias práticas

Publicado em 28/07/2017 às 10:30

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Fabrício Cardoso disse que a CEV irá analisar a possibilidade de uma nova audiência ou entregar os documentos obtidos junto aos Ministérios Públicos estadual e federal / Matheus Tagé/DL

O presidente da Comissão Especial de Vereadores (CEV) que acompanha os trabalhos de dragagem e demais ações ou omissões que possam implicar em impacto ambiental à região, Fabrício Cardoso (PSB), criticou a postura adotada pela empresa de logística VLI, em audiência pública que debateu os trabalhos de dragagem realizados pela companhia na Área Continental de Santos.

Segundo Cardoso, a empresa deixou de empresa deixou de apresentar provas e deixou de responder alguns questionamentos.

“Por que optar pela tecnologia mais barata, sendo que no futuro vai precisar fazer isso mais vezes? E qual a garantia? Tudo que eles deram de garantia para nós de segurança, teórica, que mostraram na apresentação, é para inglês ver. Na prática, incorre de diversos fatores que eles não mencionaram ali”, comentou o ­parlamentar.

A audiência em questão foi realizada no final de junho. Durante o evento, houve diversos embates sobre especialistas convidados pela CEV e técnicos da VLI sobre os trabalhos de dragagem e a escolha de uma cava subaquática para receber os sedimentos retirados do canal de Piaçaguera.

Uma das pessoas presentes na audiência, comparou as falas da empresa ao que foi dito em Mariana (MG) antes da queda da barragem de Fundão.

“Na teoria, eles mostraram testes que comprovam que a opção escolhida para guardar esses sedimentos é totalmente segura, que não há nenhum problema com relação à contaminação,, não há problema com relação a movimentação da maré, que ali não atrapalha nada. Mostraram o lado bonito da coisa. Os técnicos que estavam no local, pessoas que tinham interesse somente no debate real, refutaram. Deu a entender que precisamos de muito mais transparência por parte da VLI”, ponderou o vereador.

De acordo com o presidente da CEV, “ficou claro que a opção feita pela cava subaquática foi somente por questões financeiras”. Além disso, a colocação da cava próxima a Ilha das Cobras, pode inviabilizar a expansão portuária no local.

“Eles mataram dois coelhos com uma cajadada só. Escolheram um meio mais barato para se colocar esses sedimentos e esse local acaba com a possibilidade de ampliação dos trabalhos portuários. Essa Ilha das Cobras serve para a instalação de outros terminais portuários também, que geraria mais empregos. Só que, talvez, enxergando como uma concorrência, é um jeito de eliminar duas coisas de uma vez só. Elimina a possibilidade de um concorrente novo e também já barateia o custo”, apontou Cardoso, que prosseguiu.

“Imagina se outras empresas decidirem fazer a mesma coisa. Você transformar o canal do Estuário num queijo suíço? Com várias cavas subaquáticas? Porque esse canal assoreia com muita facilidade. Eles só estão fazendo dragagem para poder passar os navios de maior calado. Ele vai assorear de novo daqui há uns dois ou três anos e tem que fazer de novo. Esse material vai para onde?”, pontuou.

O vereador também criticou a ausência de órgãos fiscalizadores, como a Cetesb e a Codesp, que seriam responsáveis por responder questionamentos específicos, como em relação as licenças ambientais.

“Ambos, tanto a Codesp quanto a Cetesb, poderiam dizer porque esse local foi escolhido, quem liberou. Porque, com todos esses problemas de licenças prévias e outras, tudo ocorreu como se fosse um procedimento normal. O que não é, legalmente falando”, analisou o vereador.

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