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A Translitoral, permissionária do transporte coletivo municipal em Guarujá, recebe uma média de 86,9 reclamações de usuários por mês. Os números foram fornecidos pela própria empresa que transportou aproximadamente 2,9 milhões de pessoas entre janeiro e junho deste ano. Os ônibus municipais são o principal meio de condução da maioria dos habitantes de Guarujá e ainda está longe de atender as necessidades e de oferecer conforto.
A auxiliar administrativo Janaina Nascimento Oliveira, de 19 anos, mora na região da Maré Mansa, nas imediações da praia de Pernambuco, e utiliza o coletivo todos os dias para se locomover até o seu local de trabalho, no Jardim Boa Esperança, em Vicente de Carvalho.
“Eu pego o ônibus todos os dias entre 7h e 7h10, e está sempre cheio. Às vezes, o motorista passa direto. Eu dou sinal e o motorista avisa com a mão que está lotado”, afirmou Janaina.
Segundo ela, quando o ônibus não para ou quebra, ela tem que aguardar o próximo por mais 15 a 20 minutos. E sua jornada é longa. De casa para o trabalho, Janaina enfrenta cerca de 1h10 de viagem. Às 18 horas, quando sai do trabalho, a auxiliar utiliza outro ônibus para ir à escola, no bairro do Santa Rosa. São mais 30 minutos de viagem num ônibus lotado. “O transporte coletivo em Guarujá é muito ruim. Deveria ter mais ônibus nos horários de pico”, reclamou Janaina.
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A jovem afirmou que nunca foi destratada por motoristas, mas relata que já presenciou discussões entre eles e passageiros. “Tem motorista que implica com passageiro por causa do troco. Diz que não tem troco e que a pessoa tem que vir com o dinheiro trocado. Também já vi motorista exigindo a apresentação da carteirinha e da identidade (RG) para idosos que você vê que são bem velhinhos”, criticou Janaina.
A publicitária Camilla Teixeira, que mora no bairro Pae Cará, em Vicente de Carvalho, se desloca todos os dias de ônibus de sua casa até a Estação das Barcas, pela manhã, para ir trabalhar e também não está contente com o serviço prestado. “Para mim, o transporte público é ruim. O ônibus geralmente atrasa pela manhã, entre as 7 e 8 horas, pois é o horário em que a maioria das pessoas vai trabalhar. E à noite, principalmente entre as 18 e 19h, (os ônibus) estão muito cheios, pois é retorno das pessoas para casa e horário de entrada de faculdades.
Depois das 21 horas, geralmente há uma diminuição na quantidade de ônibus. Eu já cheguei a ficar uma hora esperando”, afirmou. A publicitária disse que geralmente pega os coletivos cheios e que já flagrou, algumas vezes, motoristas que não param para o embarque de idosos.
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Reclamações registradas
De acordo com a Translitoral, a empresa registrou média de 49,5 reclamações de causas diversas no período de janeiro a junho deste ano, 18,1 contra motoristas e mais 19,3 do tempo de espera nos pontos de ônibus. A permissionária justificou que “os atrasos foram em função das condições de trânsito”.
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A empresa esclareceu que as reclamações são apuradas e tomadas as devidas providências para sanar os problemas. “Lembramos que, para que uma reclamação seja apurada com a devida precisão, se faz necessário que a mesma venha acompanhada de dados fundamentais, como data, horário, linha, local e sentido. As reclamações que nos chegam são devidamente apuradas por cada uma das áreas responsáveis. Para aquelas que são procedentes tomam-se as ações corretivas, sendo que nos casos aonde eventualmente envolva aspecto comportamental, aplicam-se as medidas administrativas cabíveis”, informou a Translitoral em nota.
Segundo a permissionária, os motoristas recebem orientações teóricas e práticas específicas sobre atendimento ao cliente, acessibilidade, relacionamento interpessoal, direção defensiva e econômica, mecânica básica e borracharia, além de segurança no ambiente de trabalho. “No treinamento específico sobre atendimento ao cliente, os motoristas da Translitoral recebem orientação teórica e prática ministrada por profissionais do setor de Recursos Humanos da empresa sobre como atender com qualidade os passageiros portadores de necessidades especiais”, explicou a empresa em nota complementando que mantém 449 condutores em seu quadro funcional.
Quanto à quantidade de ônibus disponíveis nas linhas, a permissionária esclareceu que “a Translitoral opera linhas e itinerários definidos pela Prefeitura, através de ordens de serviço expedidas pela Ditran – Diretoria de Trânsito e Transporte Público – órgão gestor do serviço municipal. A quantidade de veículos alocados a cada linha leva em conta a demanda de passageiros para as diversas faixas horárias de operação, além do tipo de dia a ser operado, como dia útil, sábado ou domingo”.
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No entanto, a Translitoral explicou ainda que as linhas são ajustadas periodicamente. “Os ajustes são feitos aonde se apresentar tal necessidade. Importante também frisar que a programação horária estabelecida leva sempre em conta condições normais de tráfego e operação”.
Fiscalização
Quanto à fiscalização, a Prefeitura informou que o órgão de trânsito verifica 11 itens. São eles: variação dos intervalos de viagem nos pontos de controle; falhas de veículo em operação; cumprimento de viagens; limpeza dos veículos; irregularidades na atuação dos operadores; reclamações de usuários sobre o serviço; ocorrência de acidentes de trânsito; ocorrência de irregularidades de trânsito; idade da frota; quilometragem percorrida e quantidade de passageiros transportados.