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Cotidiano

Secretária: primeiro a manutenção, depois o avanço

“Para o ano que vem, temos o estudo para o aumento das escolas que vão oferecer período integral”, disse Jossélia Fontoura

Publicado em 18/08/2013 às 15:35

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A palavra de ordem, por enquanto, é manutenção do sistema municipal de ensino. Assim tem orientado o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), a secretária de Educação, Jossélia Fontoura, que reconhece que o equipamento público reservado à educação básica tem muito que avançar.

“O prefeito pede e orienta para que a gente não invente uma obra nova, e sim a manutenção é a maior preocupação dele nesse momento”, disse a chefe da pasta, em entrevista exclusiva ao DL.

Sobre os seis primeiros meses de governo, a secretária se diz contente com o trabalho realizado pela pasta até agora, mas não está satisfeita. Para Jossélia, os demorados processos licitatórios pelos quais todas as ações da Administração Municipal têm que passar vão contra a velocidade com que a secretária tem para atender as necessidades das instituições geridas pelo Município. Santos tem 80 escolas e 5 mil funcionários. “Temos um contingente de 31 mil alunos matriculados na rede municipal (21 no Ensino Fundamental e mais 10 mil na Educação Infantil), mais 11 mil alunos na rede conveniada. São 57 escolas conveniadas, que são regularmente autorizadas. Acompanhe a entrevista:

“O prefeito pede e orienta para que a gente não invente uma obra nova, e sim a manutenção é a maior preocupação dele nesse momento”, disse Jossélia (Foto: Matheus Tagé/DL)

DL - A senhora pensa em alguma mudança no sistema de ensino?

Jossélia Fontoura - É possível uma mudança. Precisamos rever as questões sobre avaliação e a recuperação em tempo real desses alunos, hoje em dia a reprovação é um retrocesso e acaba sendo um processo muito doloroso, tanto para a criança, como para a família.

Além disso, precisamos investir em novas tecnologias, que eu acho que será o carro-chefe do nosso sistema de ensino. Hoje nós temos um sistema de ensino que precisa ser atualizado, modernizado, trazer oportunidade de avanços tanto para as crianças, quanto para o professor. Mas a mudança vai ser construída junto com a rede, junto com os professores, junto com as equipes das escolas, coordenada pelo departamento pedagógico.

DL - A rede de ensino municipal conta com quantos professores? Esse número é suficiente?

Jossélia - Nós temos em torno de 3.200 professores. Não é o suficiente. Todo concurso está sendo extremamente aproveitado, as nomeações estão saindo, e também temos muitas aposentadorias. É um eterno repor.

A gente tem que estar sempre atento e fazendo a reposição. A intenção, por enquanto, é deixar equilibrado e preencher as vagas existentes.

DL - Temos percebido que a família tem deixado a educação da criança nas mãos dos professores. O que a senhora pensa disso? A Prefeitura tem algum projeto para envolver mais as famílias no aprendizado do aluno?

Jossélia - Acredito que seja o maior desafio. A mudança do sistema de ensino vai acontecer naturalmente, isso é fato, temos uma rede de profissionais com bastante compromisso. O maior desafio é fazer com que as famílias retornem para a escola.

Então, a partir de já, vários projetos serão desencadeados. Nós temos todos os sábados o programa Nossa Escola, que é um eixo do (programa) Escola Total, que durante os finais de semana as escolas são abertas e as famílias podem participar.

Então é um canal direto, vamos incentivar esse programa e criar outros programas para que a gente possa fazer com que o pai se encante pela escola e que venha realmente participar ativamente. Acho que o importante é a conscientização. É mostrar a importância da família na escola.

No meu entendimento, os pais são os principais atores do processo de educação. Os pais têm que começar a perceber isso, e nós temos como desafio conscientizá-los da importância da família ao lado desse aluno.

DL - Tem alguma região em Santos carente de mais escolas?

Jossélia - Os pais, muitas vezes, têm a intenção de obter a vaga preferencial, e não a vaga que é concedida. Nós temos diversos colégios do Estado que atendem o Ensino Fundamental 2, que seria do 6º ao 9º ano.

O problema é que, em muitos bairros, as pessoas dão preferência para matrícula na escola da Prefeitura. Na Zona Noroeste acontece essa situação, principalmente no Jardim Castelo, Rádio Clube, essa região toda da Areia Branca, existe uma preferência por colocar a criança no Município, não que o Estado não atenda.

DL - E em relação às creches, qual a região mais carente? A Prefeitura pretende aumentar as creches?

Jossélia - Tem sim. O prefeito está totalmente voltado e buscando recursos para a construção de novas creches. Então nós temos hoje Jardim Piratininga, São Manoel, Bom Retiro, Rádio Clube, alguns morros da Cidade, lugares que mostram uma demanda muito grande e necessitam de creches.

Em relação ao Jardim Piratininga, já temos R$ 1,5 milhão liberado pelo Governo estadual, para que a gente possa entrar no programa Creche-Escola. O terreno será concedido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Já estamos finalizando a documentação exigida pelo Governo do Estado, para em breve o projeto também já estar praticamente em andamento e podermos licitar. No São Manoel, Rádio Clube e Bom Retiro nós buscamos por terrenos. E ao mesmo tempo estamos buscando ampliar algumas unidades já instaladas, onde temos um terreno grande no entorno da escola. Os projetos estão sendo elaborados pela Sedurb.

DL - Qual o balanço que senhora faz dos seis primeiros meses de governo?

Jossélia - O principal desafio foi o preenchimento dos cargos, principalmente de professores. Outro desafio foi em relação à manutenção dos colégios, estamos com um programa de manutenção que se chama Escola Nota 10, em que as escolas contam com peruas volantes de manutenção. Qualquer emergência, as peruas socorrem em tempo real as escolas.

Temos muitas obras sendo licitadas, muitas reformas, ampliações de escolas. O prefeito pede e orienta para que a gente não invente uma obra nova, e sim a manutenção é a maior preocupação dele nesse momento.

DL - A senhora diria que, nesse início de governo, as ações foram satisfatórias?

Jossélia - Foram satisfatórias, é a corrida contra o tempo. Nós temos que avançar, mas como todo o sistema da máquina pública, nós não conseguimos adquirir nada sem um processo licitatório, existem recomendações do Tribunal de Contas, orientações que a gente precisa seguir.

Tudo, por mais vontade que eu tenha de acelerar algumas coisas, ainda esbarram na questão dos processos licitatórios. Entregamos 100% dos uniformes escolares. O material escolar foi entregue no 1º dia de aula, 14 de fevereiro.

Já estamos agilizando o material escolar e uniformes para o ano que vem. O processo já foi aberto em junho para que a gente não tenha nenhum atraso.

DL - Ação de destaque?

Jossélia - A retomada e preenchimento dos cargos através de concurso público. Enquanto existir aprovados, haverá a chamada desses aprovados para todos os cargos, principalmente na área docente. O programa Escola Nota 10 deu um pouco de celeridade para resolver pequenos reparos.

Temos 29 escolas atendidas pelo programa. Outro destaque é a divulgação dos cardápios das merendas, no Diário Oficial, toda sexta-feira. Os pais podem checar como seu filho está se alimentando. Temos cinco escolas do Ensino Fundamental que atendem período integral. Para o ano que vem, temos estudo para o aumento dessas escolas.

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