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Cotidiano

Praia Grande reduz mortalidade infantil e é referência na Região

Cidade tem o menor índice entre os municípios commais de 100 mil habitantes na Baixada Santista

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/02/2015 às 17:28

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Com um trabalho específico e planejado, Praia Grande reduziu seu índice de mortalidade infantil ao longo dos últimos anos. A tendência se manteve em 2014, quando a Cidade atingiu a taxa de 12 mortes para cada mil crianças nascidas vivas contra 14,5 em 2013. O dado do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS-IV) coloca o Município como uma das principais referências na Região Metropolitana da Baixada Santista no desenvolvimento de ações e projetos relacionados ao tema.

O índice alcançado por Praia Grande é ainda mais significativo se comparado com os vizinhos da Região. A Cidade tem a menor taxa entre os municípios com mais de 100 mil habitantes na Baixada Santista. Atrás, no ranking, está Santos, com 13, 7, taxa 1,7 superior que a praia-grandense.

“O Município está investindo maciçamente na área da Saúde e principalmente na Atenção Básica. O setor é a porta de entrada do sistema responsável pelos atendimentos primários. A diminuição da mortalidade infantil pode ser feita através da saúde básica, com a realização do pré-natal”, analisou o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão.

No geral, Praia Grande ocupa a terceira posição do ranking, atrás apenas de Bertioga (7,3 mortes para cada mil crianças nascidas vivas) e Mongaguá (9,1). Porém, essas duas cidades possuem respectivamente 47 mil e 46 mil habitantes. Mesmo somando as duas populações, 93 mil pessoas, o total não se aproxima nem na metade dos 272 mil pessoas residentes em solo praia-grandense, de acordo com o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2010, o que demonstra com exatidão uma maior demanda de serviços do sistema de saúde local. Com base em pesquisa da Administração Municipal, esse número já superou a casa dos 300 mil habitantes.

Outro dado também pode exemplificar o maior número de atendimentos do setor em Praia Grande. Durante 2014, a Cidade totalizou 4.336 crianças nascidas vivas, contra 991 de Peruíbe e 954 de Bertioga.  

O material da DRS-IV foi apresentado durante reunião com os integrantes do Colegiado Intergestor de Saúde Regional da Baixada. Com base nos dados dos nove municípios, a Região reduziu o índice para 14,5 em 2014 contra 15,9 em 2013.

Praia Grande reduziu seu índice de mortalidade infantil (Foto: Divulgação)

Histórico das ações de Praia Grande

Oito anos atrás, em 2007, o índice de mortalidade infantil da Cidade era de 22 mortes para cada mil nascidos vivos. Ações como o acompanhamento da gravidez de risco e do pós-parto foram intensificadas pela Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande como parte do projeto para redução da taxa.

Constantemente, propostas são debatidas para melhorar ainda mais o atendimento nessa área. Capacitações com médicos do Programa Saúde da Família também são desenvolvidas. A presença de ginecologistas e pediatras no Nasf (Núcleo de Apoio da Saúde da Família) também teve papel fundamental na redução dos índices, assim como uma maior conscientização da comunidade, para incentivar mães na realização dos exames pré-natais.

O secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Francisco Jaimez Gago, ressaltou a marca alcançada e reforçou o compromisso da Cidade de reduzir ainda mais este índice. “O trabalho seguirá de forma intensa como vem ocorrendo nesses últimos anos. O esforço dos profissionais e da Administração Municipal está surtindo efeito”.

A Sesap disponibiliza serviços como: acompanhamento ao pré-natal, ao recém-nascido desde o parto ao primeiro ano de vida, o acesso aos serviços laboratoriais como teste do pezinho, além do incentivo ao parto natural, em vez da cesárea (que implica em riscos por conta de anestesias e do processo cirúrgico), ao aleitamento materno e à vacinação.

Uma questão em particular vem chamando a atenção dos técnicos da Sesap e tem dificultado a redução do índice. Nos últimos anos, dados da secretaria apontam que em 40% dos óbitos registrados as mães não fizeram o pré-natal no Município. A estrutura oferecida em Praia Grande para o parto, no Hospital Municipal Irmã Dulce, tem atraído cada vez mais gestantes de outras cidades.

Comissão

A Sesap conta com uma Comissão de Mortalidade Materna e Infantil. O órgão realiza reuniões mensais com o objetivo de organizar ações voltadas ao tema. O início dos trabalhos ocorreu em 1999. Atualmente, aproximadamente 15 profissionais fazem parte das atividades.

Evolução

A modernização do Hospital Municipal Irmã Dulce é outro ponto que teve papel fundamental no processo. Desde 2010, o equipamento praia-grandense passou a contar com 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo Natal. Os espaços destinados a esse tipo de atendimento são voltados aos munícipes e também pessoas de outras cidades da Baixada Santista

Visita monitorada

Há dois anos, o Núcleo de Apoio da Saúde da Família (Nasf 2, que atende as Usafas dos bairros Mirim, Vila Alice, Tupiry, Quietude e Anhanguera) em parceria com o Complexo de Saúde Irmã Dulce (que compreende o Hospital Municipal e o Pronto Socorro Central, localizados no Bairro Boqueirão) realiza uma visita monitorada com gestantes às instalações do hospital.

A atividade é destinada às mulheres que já são mães ou estão vivendo a experiência pela primeira vez. O projeto visa proporcionar calma e segurança às gestantes com a proximidade do nascimento do bebê, quando aumenta a ansiedade em relação ao parto. Mitos e desinformação acabam por gerar medo.

Esse tipo de ação faz parte do programa de assistência às gestantes desenvolvido pelo Nasf 2. Os encontros do grupo ocorrem mensalmente nas Usafas e são abordados temas como os direitos das gestantes, aspectos psicológicos durante a gestação, alterações posturais e amamentação. A troca de experiências é outro ponto de destaque das atividades.

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