06 de Maio de 2024 • 17:37
Construção levou meses, mas drenagem ainda não está concluída. / ISABELA CARRARI/PREFEITURA DE SANTOS
As obras que podem ajudar a acabar com os problemas na Nova Entrada de Santos e que deverá servir para manter o viaduto aberto para carros de passeio mesmo em dias de chuva intensa ainda levarão pelo menos mais um ano para serem 100% concluídas. Até lá, entretanto, a Prefeitura de Santos pede apoio da população e destaca que deixar de jogar o lixo nas ruas da cidade e descartar da maneira adequada ainda é a melhor solução.
A aposta na boa e velha máxima de 'lixo no lixo' vem do mais novo secretário de Serviços Públicos e gestor do programa Nova Entrada de Santos há quatro anos, Wagner Ramos. De acordo com ele, o município ainda depende que o Governo do Estado e a União terminem suas contribuições nas obras para que a drenagem na região impeça alagamentos de forma definitiva.
"Existem tarefas acordadas desde o convênio de 2013 que foi elaborado entre Governo do Estado e a União para fazer as ações necessárias para solução do sistema viário na entrada de Santos e nessas discussões o município fazia parte deste convênio também como interveniente junto com a secretaria de Portos. Naquele momento foi contratada a DERSA para fazer um projeto do todo para ver as operações diárias e o município logo de pronto já questionou as partes dizendo que não adiantava fazer a obra sem a solução da drenagem e apontamos tudo aquilo que deveria ser feito da drenagem porque existem áreas sob jurisdição do município, áreas sob jurisdição do Estado e áreas sob jurisdição da União", explica.
Entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro do ano passado, semanas após a entrega da parte mais impactante para a Zona Noroeste da obra da Nova Entrada de Santos, uma forte chuva gerou uma enchente no trecho do viaduto que dá acesso à Avenida Nossa Senhora de Fátima. Como o próprio secretário observou, devido a este motivo, o local precisou ser fechado a carros de passeio e apenas ônibus foram autorizados a atravessar o viaduto.
"O município não pode fazer obra na parte da Anchieta sem ter autorização do Estado, da Ecovias, e se tivesse teria que aplicar recursos financeiros não pactuados lá atrás no convênio de 2013. O município aportou com R$ 300 milhões o Estado aportou R$ 265 milhões e a União deveria aportar o mesmo grau de investimento e a União não fez nada, absolutamente nada, nem o projeto executivo foi elaborado. Agora estão elaborando o projeto executivo da parte deles", afirma.
De acordo com Wagner, para simplificar as explicações, as galerias feitas durante as últimas obras podem comportar uma passagem grande de água sem que as vias acima, que estão no entorno do novo viaduto construído, encham. O problema, entretanto, está no destino desta água, uma vez que a saída para o mar se dá por uma passagem estreita que não compete ao município mexer, e sim a outras esferas. Esse problema leva às enchentes que interditaram o viaduto no fim do ano passado, algo que pode vir a ocorrer novamente agora em fevereiro, quando a Baixada Santista é atingida por tempestades.
"Nós apontamos: Estado vocês têm que trazer uma solução para a drenagem da entrada de Santos porque todo encaminhamento de águas pluviais daquele trecho utiliza a Bacia da Anchieta chegar lá no Rio Furado lá no fundo e no Rio São Jorge. E: União vocês têm que resolver a passagem de baixo da linha férrea porque hoje vocês têm dois tubos lá de 1,20m e a água não chega no rio para sair para o mar. Tudo isso foi apontado lá em 2013/2014 o que que aconteceu? Um descompasso de execução de obras", afirma.
Até que todas estas obras sejam executadas, que segundo Wagner pode levar pelo menos mais um ano, a recomendação já é bem conhecida: Cuidar do que é nosso.
"Não jogue lixo nos córregos porque isso nos impacta muito. Nós temos grades de contenção de lixo que são para isso e elas acabam impactando muito nas questões lá na entrada de Santos. Minha equipe tem um trabalho constante de limpeza de toda a parte de drenagem. Fazemos limpezas constantes no sistema porque a gente não pode deixar essas redes assorearem ou pode se tornar um problema muito maior", conclui.
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